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CPI ouve defensores de tratamento precoce; 'não darei confiança', diz Renan

Senador Renan Calheiros na CPI da Covid - Jefferson Rudy/Agência Senado
Senador Renan Calheiros na CPI da Covid Imagem: Jefferson Rudy/Agência Senado

Do UOL, em São Paulo

17/06/2021 18h29

Os membros da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid aprovaram hoje a convocação para depoimento dos médicos Ricardo Ariel Zimerman e Francisco Eduardo Cardoso Alves, que são defensores do chamado "tratamento precoce", sem eficácia contra a covid-19.

Zimerman foi convidado a partir de requerimentos dos senadores Luis Carlos Heinze (PP-RS) e Marcos Rogério (DEM-RO). Já Alves teve convite solicitado por Jorginho Mello (PL-SC), Ciro Nogueira (PP-PI) e Heinze. Eles serão ouvidos amanhã.

O relator da comissão, senador Renan Calheiros (MDB-AL) comentou a convocação e disse que não vai dar confiança ao que os médicos disserem. "Eu vou comparecer, eu vou dar quórum. Vamos ouvir. Eu não devo, e acho que estou certo, é dar confiança".
Calheiros destacou que as sessões da CPI têm sido acompanhadas por muitas pessoas: "A CPI tem muita audiência, não podemos comprometer o espaço que conquistamos para dar confiança a alguém que vai prescrever produtos cuja ineficácia está comprovada".

"A maneira de não dar confiança é não perguntar muito, porque eles não terão nada a responder", explicou o senador durante entrevista à GloboNews.

O senador Marcos Rogério, por sua vez, justificou a convocação: "Vemos as pesquisas científicas e as políticas públicas sendo construídas dia a dia, minuto a minuto, em cima de casos, dados e estatísticas divulgados que ainda vão demandar muitas pesquisas adicionais. Pensamos que a convocação de Zimerman será de importância singular para que exponha sua atuação e seus conhecimentos sobre o assunto".

Zimerman é médico infectologista e ex-presidente da Associação Gaúcha de Profissionais em Controle de Infecção e Epidemiologia Hospitalar. Alves é especialista em Infectologia pelo Instituto Emílio Ribas e diretor-presidente da Associação Nacional dos Médicos Peritos da Previdência Social (ANMP).

Com informações da Agência Senado.

A CPI da Covid foi criada no Senado após determinação do Supremo. A comissão, formada por 11 senadores (maioria era independente ou de oposição), investigou ações e omissões do governo Bolsonaro na pandemia do coronavírus e repasses federais a estados e municípios. Teve duração de seis meses. Seu relatório final foi enviado ao Ministério Público para eventuais criminalizações.