Aziz diz para jornalista da Globo processar Bolsonaro: 'Show de misoginia'
O senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI da Covid, sugeriu que a repórter Laurene Santos, da TV Vanguarda, afiliada da TV Globo no Vale do Paraíba, interior de São Paulo, processe o presidente Jair Bolsonaro após a agressão sofrida durante uma entrevista.
"Desejo os melhores sentimentos para a jornalista Laurene Santos, que foi vítima de agressão verbal por parte do presidente da República. Gostemos ou não, o jornalismo sério é fundamental em qualquer democracia e os que fazem disso sua lida devem ser respeitados", disse, em nota.
"Espero que os 'defensores' da médica Nise Yamaguchi se solidarizem com a jornalista e que os advogados dela processem o senhor Jair Bolsonaro pelo show de misoginia desta tarde. Laurene não esmoreça. Seu trabalho é importante para o Brasil melhor que todos sonhamos", finalizou.
Aziz se tornou adversário político de Bolsonaro assim que deu início aos trabalhos na Comissão, e se tornou alvo frequente de comentários em entrevistas e durante as lives do presidente. Convencido da existência de um 'gabinete paralelo' no Governo Federal, o senador também teceu críticas ao Governo Federal.
O ex-presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (sem partido), chamou o chefe do Executivo de "covarde e autoritário".
"No dia 9 de janeiro, eu fiz um tuíte. Horas depois do episódio lamentável contra jornalista da Globo, eu repito: 'Bolsonaro é autoritário e covarde'", escreveu Maia, nas redes sociais.
Mais cedo, Bolsonaro se irritou com uma pergunta feita pela repórter Laurene Santos, e voltou a fazer ataques à emissora, que chamou de "canalha". Ele foi questionado por que não usava máscara quando chegou para cumprir agenda em Guaratinguetá (SP), e, aparentemente nervoso, mandou a jornalista "calar a boca".
"Para de tocar no assunto. Você quer botar... Me botem. Vai botar agora? Estou sem máscara em Guaratinguetá. Está feliz agora? Você está feliz agora? Essa Globo é uma m... de imprensa! Vocês são uma porcaria de imprensa! Cala a boca!", reagiu Bolsonaro contra a repórter Laurene Santos.
Vocês são uns canalhas! Vocês fazem um jornalismo canalha! Canalhas que não ajudam em nada, vocês não ajudam em nada. Vocês destroem a família brasileira, destroem a religião brasileira. Vocês não prestam! A Rede Globo não presta! É um péssimo órgão de informação. (...) Você [Laurene] tinha que ter vergonha na cara em se prestar a um serviço porco que é esse que você faz na Rede Globo.
Jair Bolsonaro, à repórter da Rede Vanguarda
O presidente também fez críticas à CNN Brasil por supostamente "elogiar" as manifestações contra o governo ocorridas no último fim de semana, em diversas cidades do país. "Jogaram fogos de artifício em cima de vocês e vocês elogiaram ainda", afirmou, em referência ao caso do repórter Pedro Duran, alvo de agressões durante ato bolsonarista no Rio de Janeiro, em 23 de maio.
"Surto verborrágico"
Em seu perfil, nas redes sociais, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), também se manifestou, classificando o episódio como "surto verborrágico" de Bolsonaro e disse que o ato só demonstra sua "intolerância" e "descontrole".
"Lamentável mais um surto verborrágico do presidente Bolsonaro contra a imprensa. O ato demonstra sua intolerância e descontrole. Minha solidariedade à jornalista agredida e aos profissionais atacados. A liberdade de imprensa é um direito que o atual governo insiste em confrontar.
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