Renan ironiza fala de Bolsonaro sobre não saber de tudo: 'Falta de memória'
Relator da CPI da Covid, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) ironizou hoje uma declaração do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que, ao comentar as suspeitas em torno da compra da vacina Covaxin, disse que "não tem como saber o que acontece nos ministérios". Para Calheiros, que cobrou um posicionamento "convincente" de Bolsonaro, o presidente está "com uma falta de memória muito grande".
"O presidente da República está com uma falta de memória muito grande, porque hoje ele falou que não sabia nada do que acontecia nos ministérios e não fez referência à conversa com o deputado Luis Miranda [DEM-DF] e com seu irmão, Luis Ricardo, no dia 20 de março. Seria o caso de mostrar para ele esse calendário", disse o senador em entrevista à GloboNews.
Calheiros ainda defendeu a prorrogação dos trabalhos da CPI em 90 dias, argumentando que os trabalhos estão "sofrendo uma obstrução muito grande" e avaliando que, neste momento, a comissão atingiu uma fase significativa, que envolve um possível caso de corrupção.
"[Este momento] trata da investigação do desvio de dinheiro público, com o aparecimento de escândalos e esquemas que parecem grandiosos desde já. Nós temos problemas com a Covaxin, temos problemas com a [vacina] CanSino e vamos ter outros problemas, porque muitas pessoas estão querendo falar à CPI", acrescentou.
O presidente tem que dizer alguma coisa convincente, porque calar com relação à conversa que teve com os irmãos Miranda não satisfaz a absolutamente ninguém e incrimina seu líder no Congresso Nacional, o deputado Ricardo Barros [PP-PR]. E se ele falar defendendo o Ricardo Barros, ele pode se incorrer em outros crimes além da prevaricação.
Renan Calheiros, relator da CPI da Covid
A negociação para compra de 20 milhões de doses da vacina, no valor de R$ 1,6 bilhão, levou Bolsonaro para o centro da CPI da Covid. Em depoimento à comissão, na sexta-feira (25), o deputado federal Luis Miranda afirmou ter alertado o presidente sobre um suposto esquema de corrupção envolvendo a compra da Covaxin.
Miranda contou ter se encontrado com o presidente em 20 de março para levar a denúncia — um mês após o governo assinar o contrato para aquisição do imunizante. Ao ouvir seu relato, segundo o parlamentar, Bolsonaro citou o nome do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), por possível envolvimento no caso.
Tanto Bolsonaro quanto a Precisa Medicamentos negam irregularidades. Barros, por sua vez, diz não ser o parlamentar supostamente citado pelo presidente no encontro com Luis Miranda.
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