Topo

Esse conteúdo é antigo

Representante da Davati desmente Dominguetti sobre acusação contra Miranda

1º.jul.2021 - Luiz Paulo Dominguetti, representante da Davati Medical Supply, em depoimento à CPI da Covid - Edilson Rodrigues/Agência Senado
1º.jul.2021 - Luiz Paulo Dominguetti, representante da Davati Medical Supply, em depoimento à CPI da Covid Imagem: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Colaboração para o UOL

01/07/2021 16h19Atualizada em 01/07/2021 19h46

O empresário Cristiano Alberto Carvalho, representante da empresa Davati Medical Supply no Brasil, disse ao jornal O Globo que Luiz Paulo Dominguetti "quer aparecer". A afirmação foi feita após o empresário negar que o áudio apresentado pelo policial militar na CPI da Covid, se refere a uma tratativa do deputado federal Luis Claudio Miranda (DEM-DF) para a negociação de vacinas, como o depoente alegou.

À reportagem do jornal, Cristiano disse acreditar que a mensagem se trata "sobre os negócios dele [Luis Miranda] nos EUA". Disse, também, que o áudio citado durante o depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito não tem nenhuma relação com a Davati.

Segundo Dominguetti, na gravação apresentada, o parlamentar tentava intermediar a compra de vacinas contra a covid-19. A mensagem, no entanto, não é clara sobre o que era tratado. O deputado, por sua vez, afirmou que o áudio é antigo e se refere a luvas cirúrgicas.

A exibição do áudio causou bate-boca entre senadores da oposição e da base bolsonarista. O relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), pediu que o presidente Omar Aziz (PSD-AM) determinasse a apreensão do celular do depoente, enquanto os governistas pediram que o aparelho de Luis Miranda também fosse retido. Aziz disse que não poderia autorizar o pedido relativo ao parlamentar.

Em nota enviada ao UOL, a Davati explicou que "não é representante junto ao laboratório AstraZeneca e jamais se apresentou ao governo federal ou a qualquer outro órgão como tal" e que permanece "disponível para apresentar os esclarecimentos devidos às autoridades". (Leia a nota, na íntegra, abaixo)

Nota na íntegra

A partir de informações que vieram a público nesta quinta-feira, a Davati Medical Supply esclarece que não é representante junto ao laboratório AstraZeneca e jamais se apresentou ao governo federal ou a qualquer outro órgão como tal.

Como esclarece o documento de oferta (Full Corporate Offer) feita ao Ministério da Saúde, a Davati Medical Supply não detinha a posse das vacinas, atuando na aproximação entre o governo federal e allocation holder que possuía créditos vacinas do laboratório AstraZeneca.

A Davati Medical Supply, por meio de sua matriz nos Estados Unidos, está disponível para apresentar os esclarecimentos devidos às autoridades.

A CPI da Covid foi criada no Senado após determinação do Supremo. A comissão, formada por 11 senadores (maioria era independente ou de oposição), investigou ações e omissões do governo Bolsonaro na pandemia do coronavírus e repasses federais a estados e municípios. Teve duração de seis meses. Seu relatório final foi enviado ao Ministério Público para eventuais criminalizações.