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Kassab vê 'munição' para impeachment e apoia 'perfil de Pacheco' para 2022

Gilberto Kassab, presidente do PSD e ex-ministro dos governos Dilma e Temer - Marcelo Camargo/Agência Brasil
Gilberto Kassab, presidente do PSD e ex-ministro dos governos Dilma e Temer Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Do UOL, em São Paulo

04/07/2021 10h34

Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD, disse que vê mais fatos "a cada dia" para o impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e garantiu que o partido terá um nome próprio para a eleição de 2022. Na semana passada deputados e entidades protocolaram um superpedido de impeachment contra o presidente.

"Surge mais munição a cada dia para que a pauta possa ganhar força na sociedade. E quando isto ocorre é muito difícil segurar. Principalmente em ano eleitoral, quando nenhum parlamentar quer o risco de dissociar seu nome das ruas", disse Kassab em entrevista ao jornal "O Globo".

Para o político, a situação piorou após as denúncias de irregularidades nos contratos da vacina Covaxin, contra covid-19. "Chega uma hora que transborda o balde, fica inevitável. Entendo que as circunstâncias são cada dia mais favoráveis", afirmou.

Na semana passada, o deputado Luis Miranda (DEM-DF) e seu irmão, Luis Ricardo Miranda, servidor do Ministério da Saúde, prestaram depoimento à CPI levantando fortes Indícios de irregularidades no contrato de compra da vacina indiana Covaxin contra covid-19.

O deputado afirmou à comissão ter avisado o presidente das suspeitas em uma reunião no dia 20 de março. Segundo ele, Bolsonaro afirmou que o caso seria apurado pela Polícia Federal. Só no dia 30 de junho a PF anunciou a abertura de investigações sobre o contrato.

Sobre o avanço do superpedido de impeachment na Câmara dos Deputados, ele avaliou que o presidente da casa, Arthur Lira (PP-AL), "não vai fazer a violência de abrir um processo sem fatos e evidências, mas espero que, havendo condições, dê prosseguimento". Lira já declarou que não vai avaliar o pedido e vai esperar os resultados da CPI da Covid, no Senado.

Kassab afirmou ainda que o PSD terá um candidato próprio filiado ao partido para disputar a eleição presidencial.

"Entendo que precisa ser alguém da política, que tenha mostrado ser competente e vocacionado. [Rodrigo] Pacheco [do DEM] expressa um sentimento de renovação também. Vejo ele como o mais preparado para disputar e ganhar as eleições", disse Kassab sobre o atual presidente do Senado.

Questionado sobre o motivo do partido não apoiar possíveis candidatos como João Doria (PSDB), governador de São Paulo, e Ciro Gomes (PDT), ele disse que não vê nos nomes um perfil pacificador".

"O Brasil precisa de pacificação, e eles não têm esse perfil. Vejo Ciro como uma pessoa preparada, mas sem perfil pacificador. Doria também tem uma conduta de enfrentamentos desde a prefeitura de São Paulo. Além disso, está com comunicação ruim e rejeição alta", afirmou.