Lula comenta possível 2º turno com Ciro: 'Extraordinário para o Brasil'
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou hoje que uma possível disputa entre ele e Ciro Gomes (PDT) no segundo turno da eleição presidencial em 2022 "seria extraordinária para o Brasil".
A hipótese foi levantada ontem pelo ex-ministro da Integração Nacional, que afirmou ao UOL Entrevista que o atual presidente, Jair Bolsonaro (sem partido), não estará no pleito do ano que vem, criando uma concorrência entre ele e Lula.
"Há muito tempo acho que o Bolsonaro não estará no segundo turno. Não sei sequer se estará na eleição. Sairá da cabeça da nação brasileira essa espada que obriga a esquecer todas as contradições do Lula e do PT só para se livrar do mal maior, mais emergente, mais doído, que é a tragédia do genocida e corrupto Bolsonaro", afirmou Ciro no programa conduzido pelo apresentador Diego Sarza e pelos colunistas Tales Faria e Josias de Souza.
"Seria extraordinário para o Brasil que disputasse o Ciro e eu o segundo turno, sabe? Eu acho que seria uma vitória da democracia esplendorosa, como era vitoriosa a democracia quando eu disputava com o Fernando Henrique (Cardoso), com o Serra, com o Alckmin", respondeu Lula, ao ser questionado sobre a ideia em entrevista ao jornal paraense O Liberal.
"Quem começou a atrapalhar isso foi o Aécio na campanha contra a Dilma e depois alguns setores da comunicação que decidiram tentar destruir a democracia negando a política, mas se o Ciro for para o segundo turno será uma vitória da democracia, eu só acho que a gente não pode ter nunca mais um fascista na presidência desse país, que nós precisamos consolidar o processo democrático brasileiro", continuou o político, que também afirmou que "não leva para o pessoal" as críticas de Ciro contra ele.
Impeachment
Na entrevista ao jornal O Liberal, Lula também defendeu que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), coloque em discussão os pedidos de impeachment contra Bolsonaro, deixando claro que, mesmo se rejeitados, eles seriam importantes para o país.
"Eu faço questão de dizer que o Bolsonaro tem que ser tratado como um genocida, porque eu nunca vi ninguém tratar com tanto desrespeito a humanidade, eu nunca vi ninguém tratar com tanto desrespeito o seu povo, como o Bolsonaro desde que tomou posse e depois que começou a pandemia. Então agora eu acho que agora esse pedido de impeachment é um pedido mais robusto, porque é um pedido que envolve muita gente da sociedade. (...) Isso não implica que vai ser aprovado o impeachment do presidente, pode não ser aprovado, o Trump teve um pedido de impeachment que não foi aprovado, ou seja, o que é grave aqui é que não seja discutido o impeachment do Bolsonaro por todos os crimes que ele cometeu".
O ex-presidente ainda comentou a atuação da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investiga a atuação do governo durante a pandemia de covid-19, dizendo que ela está "prestando um serviço extraodinário" à sociedade brasileira.
"Eu acho que o papel da CPI é apurar, com toda a seriedade possível, todas as denúncias que forem feitas. (...) Se for verdade as denúncias de corrupção na compra da vacina, se for verdade as denúncias do gabinete paralelo, se for verdade todas as coisas que estão falando contra o governo e os ministros do governo, eu acho que a CPI pode pedir à Suprema Corte a interdição do Bolsonaro ou pode, com base no relatório da CPI, fazer mais um pedido de impeachment", argumentou Lula.
"Acho que a CPI está prestando um serviço extraordinário à sociedade brasileira, ela está desnudando o monstro que foi plantado no Brasil, porque o Bolsonaro não fazia parte do desejo democrático do Brasil e eu acho que foi todo um trabalho de negação da política, todo um trabalho de mentiras contadas contra o PT, contra o Lula, que fez surgir uma figura como o Bolsonaro", concluiu.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.