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Senador flagrado com dinheiro na cueca diz que caso será 'ferida eterna'

Chico Rodrigues (DEM-RR) nega ter desviado recursos de combate à covid-19 - Marcos Oliveira/Brazilian Senate Press Office/AFP
Chico Rodrigues (DEM-RR) nega ter desviado recursos de combate à covid-19 Imagem: Marcos Oliveira/Brazilian Senate Press Office/AFP

Colaboração para o UOL

05/07/2021 09h25Atualizada em 05/07/2021 11h27

Flagrado em outubro do ano passado com dinheiro na cueca, o senador Chico Rodrigues (DEM-RR) afirma que o episódio será uma "ferida eterna" em sua vida. Aos 70 anos, o parlamentar revela que precisou buscar ajuda psiquiátrica para superar o ocorrido, alega que houve uma "cilada diabólica" contra ele e que colocou o valor de R$ 30 mil nas partes íntimas devido ao "pânico".

"Passei por momentos difíceis, com médicos, psiquiatras. Passei por tudo isso aos 70 anos, que foi como entrar num vulcão e sair dali uma fênix. Ninguém sabe esse lado humano que a gente passa. O psiquiatra tinha pena de mim, dizia que tinha que passar uma borracha na história. E eu dizia para que ele é uma ferida eterna", declarou o parlamentar, em entrevista ao jornal O Globo.

Rodrigues conta que já conversou com 64 senadores, e que desses apenas dois o trataram com indiferença. Ainda, ele pretende falar com todos os seus colegas de modo a defender sua inocência.

"No início foi duro. Depois fui ligando para colegas senadores, indo no apartamento, fazendo videoconferência. Eu me surpreendi. Claro que você fica um pouco retraído, pensa qual seria a reação. Apenas dois foram indiferentes, dos 64 que eu falei. Todos me atenderam regiamente, compreenderam o momento, a cilada", disse.

Ex-vice líder do governo no Senado, Chico Rodrigues diz não guardar mágoas do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por tê-lo destituído do cargo após o episódio, e acredita que o mandatário foi pressionado a tirá-lo.

Acusado de desviar recursos da covid-19

Senador de Roraima, Chico Rodrigues foi acusado de desviar R$ 20 milhões que seriam destinados para o combate à pandemia de coronavírus no estado, o que ele nega. Após ser flagrado com o dinheiro na cueca, ele pediu afastamento do Senado por 121 dias, mas retomou o mandato em fevereiro deste ano.

Sobre a empresa apontada pela PF (Polícia Federal) como próxima a ele e suspeita de vender máscaras superfaturadas ao governo de Roraima, o parlamentar nega irregularidades e afirma que apenas estava fazendo "um favor" aos empresários.

"Eu converso com as pessoas, que me pedem favores. É minha obrigação, sou parlamentar. Eu tenho que ser um guia para as pessoas que me procuram", declarou ele, ressaltando que os R$ 30 mil localizados pelos agentes em sua casa tinham origem lícita e eram para pagar os salários de seus funcionários.