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Sem provas, Bolsonaro diz que Barroso articula contra voto impresso

Há cerca de 20 dias, Bolsonaro chegou a dizer que o Brasil teria "convulsão social" sem voto impresso - Adriano Machado/Reuters
Há cerca de 20 dias, Bolsonaro chegou a dizer que o Brasil teria 'convulsão social' sem voto impresso Imagem: Adriano Machado/Reuters

06/07/2021 22h34Atualizada em 06/07/2021 23h29

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a atacar o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luís Roberto Barroso em função do voto impresso. Contrariando as evidências de confiabilidade, o presidente insiste em defender a alteração no sistema eleitoral.

Barroso preside o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e já afastou, por diversas vezes, a possibilidade de adoção do voto impresso nas eleições gerais de 2022, o que leva Bolsonaro a tecer críticas e ataques direcionadas a ele. Desta vez, o presidente da República afirmou que o magistrado articula para que a mudança não seja aprovada.

"A articulação feita pelo Barroso é não passar. O que ele está oferecendo eu não sei, mas dá para você imaginar", sugeriu Bolsonaro na tarde de hoje em conversa com apoiadores na porta do Palácio da Alvorada.

Há cerca de 20 dias, Bolsonaro chegou a dizer que o Brasil teria "convulsão social" sem voto impresso e afirmou que Barroso é "péssimo exemplo" para todos, por conta de suas decisões no Supremo.

Bolsonaro afirmou que tratou hoje com o relator da proposta na Câmara, o deputado Filipe Barros (PSL-PR), e o presidente da comissão especial, o deputado Paulo Eduardo Martins (PSC-PR), e disse que está "tudo conversado". No retorno para a residência oficial da Presidência, Bolsonaro voltou a reforçar suspeitas sobre o voto eletrônico e sobre o sistema eleitoral brasileiro.

Na última quinta-feira (1), o presidente voltou a chamar o sistema eleitoral brasileiro de "fraudável". No entanto, o histórico de votações desde a adoção da urna eletrônica —usada parcialmente em 1996 e 1998, e integralmente a partir de 2000— aponta que as eleições brasileiras são confiáveis.

Com a urna eletrônica, nunca houve fraude comprovada nas eleições brasileiras, nem denúncias consideradas relevantes. Essa constatação foi feita não apenas por auditorias realizadas pelo TSE, mas também por investigações do MPE (Ministério Público Eleitoral) e por estudos matemáticos e estatísticos independentes. Além disso, há outros elementos hoje no Brasil que reforçam os resultados de eleições, como pesquisas de intenção de voto e de boca de urna.

Com Estadão Conteúdo.