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Lira não apoia impeachment e sugere semipresidencialismo em 2026

Os presidentes da República, Jair Bolsonaro, e da Câmara, Arthur Lira, na saída do Palácio do Planalto - Ueslei Marcelino/Reuters
Os presidentes da República, Jair Bolsonaro, e da Câmara, Arthur Lira, na saída do Palácio do Planalto Imagem: Ueslei Marcelino/Reuters

Do UOL, em São Paulo

10/07/2021 15h20

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou ser "menos danoso" ao país o semipresidencialismo e voltou a falar que é contra o impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

"O Brasil não deve se acostumar a ficar desestabilizando eleições", disse Lira em entrevista a CNN Brasil.

Se estamos discutindo reformas eleitorais, podemos prever mudar esse sistema em 2026 no Brasil. Em vez de um presidencialismo, um semipresidencialismo. Porque essas instabilidades causam rupturas grandes no país. Quanto tempo demoraria um impeachment para ser votado? A gente precisa de tranquilidade e previsibilidade."
Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados

Pesquisa do Datafolha divulgada hoje apontou, pela primeira vez, que a maioria dos brasileiros entrevistados é a favor da abertura do processo de impeachment contra Bolsonaro. Questionado sobre o número, Lira disse ainda que o impeachment "é muito mais que uma pesquisa, muita mais do que uma vontade da oposição, que eu nem sequer sei se quer".

O presidente da Câmara recebeu 123 pedidos de impeachment de Bolsonaro. "As pesquisas refletem o momento, a minha obrigação é ouvir todos os deputados, a população, as demandas, mas com muito equilíbrio", apontou.

Insurgência de quebra da regra institucional não terá nosso apoio, diz Lira

Hoje mais cedo, Lira publicou nas redes sociais que as instituições brasileiras "são fortalezas que não se abalarão com declarações públicas e oportunismo". A fala acontece um dia depois de Bolsonaro voltar a ameaçar a realização de Eleições em 2022 por defender, sem provas, o voto impresso no país.

Questionado onde estaria vendo "oportunismo", Lira disse que sua obrigação é "chamar a conversa para o Centro, sair dos extremos". O Poder Executivo, segundo o parlamentar que tem relacionamento próximo com Bolsonaro, deve ficar no seu "limite".

No texto, o presidente da Câmara disse ainda que o eleitor deixará "seu veredito na urna em 2022, quando encontrará a urna".

À CNN, Lira voltou a falar do assunto e disse que "qualquer insurgência de quebra da regra institucional" não terá apoio da Câmara.

"Defendemos as eleições como a maneira democrática de escolher o nosso representante e também para que a população absorva que não podemos, o tempo todo, ter rupturas políticas, nem a nível de golpe, nem a nível de impeachment o tempo todo caindo sobre a cabeça dos brasileiros e dos candidatos, principalmente à presidência da república", afirmou.