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Movimentos marcam para 12 de setembro ato pelo impeachment de Bolsonaro

Nathan Lopes

Do UOL, em São Paulo

08/07/2021 14h30Atualizada em 08/07/2021 18h54

Movimentos anunciaram hoje que farão manifestações pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em 12 de setembro, um domingo.

A data foi anunciada em conjunto, em Brasília, por MBL (Movimento Brasil Livre), VPR (Vem Pra Rua) e Livres. Membros do PSL, pelo qual Bolsonaro foi eleito em 2018, e do Partido Novo também estiveram presentes na confirmação dos atos.

O anúncio da data das manifestações foi feito pelo deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP) na Câmara dos Deputados. A escolha de setembro foi em razão do momento previsto da vacinação contra a covid-19. A expectativa é que, em 12 de setembro, todos os adultos já estejam vacinados ao menos com a primeira dose.

Para Kataguiri, isso mostra uma atitude de "responsabilidade" para "chamar uma manifestação em um momento em que a vacinação estará [em uma etapa] avançada."

"A gente considera que são inaceitáveis as inúmeras traições e sabotagens que o presidente da República tem nos feito desde a sua eleição", disse o parlamentar, membro do MBL. Ele indicou que Bolsonaro não teria seguido as agendas econômica e contra a corrupção com as quais foi eleito.

Segundo Kataguiri, a lista dos locais em que acontecerão as manifestações deverá ser divulgada na semana que vem. Ele disse que os movimentos vão atuar para que os atos do dia 12 de setembro sejam "a maior manifestação contra o Bolsonaro da história".

Desde maio, atos têm sido promovidos contra Bolsonaro por grupos e partidos mais ligados à esquerda. No último, dia 3 de julho, manifestantes do PSDB foram agredidos por integrantes do PCO (Partido da Causa Operária). Membros do MBL avaliariam que essa cena mostrou que não teria "como unificar com a esquerda".

No anúncio sobre o dia 12 de setembro, Kataguiri disse que "a ideia é unificar, não é segregar". Ele disse que a manifestação será "ampla, em que todos serão bem-vindos", e que atos de vandalismo e violência não serão aceitos.

Na semana passada, lideranças de direita, centro e esquerda protocolaram um superpedido de impeachment contra Bolsonaro.

Nas redes sociais, o MBL disse que "o governo Bolsonaro é um crime e uma vergonha para o nosso país". "E está na hora de derrubá-lo", disse o movimento, citando desde as suspeitas de "rachadinhas" envolvendo a família Bolsonaro até às quase 530 mil pessoas que morreram em razão da covid-19. "É pelas milhares de vítimas da pandemia, pela nossa democracia e pela liberdade", escreveu o Livres.

Diretor do Livres, Magno Karl disse hoje, em Brasília, que as instituições do país "estão em perigo". "Pensem quantas vezes nós vimos o presidente da República falar que as nossas eleições são fraudadas", disse. "Desde as Diretas Já, nunca foi tão necessário que coloquemos nossas bandeiras políticas de lado e sentemos à mesma mesa."

Para ele, o país não pode ficar à mercê de um presidente "que jamais teve condição de liderar". "E isso ficou muito evidente quando ele foi chamado a agir, quando nos deparamos com uma pandemia. Este é um momento urgente, equivalente à união do povo brasileiro em 1985. Precisamos ir às ruas defender a democracia."

Representante do Vem Pra Rua, Luciana Alberto fez referência a um site do movimento que monitora a posição de deputados sobre o impeachment de Bolsonaro, e lembrou a atuação do grupo em apoio ao impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). "Parlamentares, vocês serão julgados por Deus, nas urnas e na história", disse Alberto.