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Ricardo Barros aciona STF novamente para ser ouvido pela CPI da Covid

Ricardo Barros já fez o mesmo pedido duas outras vezes -  Valter Campanato/Agência Brasil
Ricardo Barros já fez o mesmo pedido duas outras vezes Imagem: Valter Campanato/Agência Brasil

Do UOL, em São Paulo

13/07/2021 17h55

O líder do governo na Câmara, deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), pediu novamente ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Ricardo Lewandowski para depor na CPI da Covid no Senado antes do recesso parlamentar, que começa em 18 de julho.

Ele já havia entrado com dois pedidos semelhantes nas últimas semanas.

Segundo a defesa dele, a CPI adiou o depoimento de Barros por tempo indeterminado sem justificativa, mesmo sendo citado 96 vezes na comissão até a última sexta-feira. De acordo com o documento, o deputado não teve a oportunidade de "ir até a CPI para esclarecer os fatos e exercer seu direito de defesa".

"É completamente desarrazoado que o Impetrante fique sujeito a esperar a "conveniência" da CPI em franquear o espaço para o exercício do sagrado direito de ampla defesa, mormente quando não há qualquer fundamentação minimamente idônea para justificar o adiamento", dizem os advogados.

O parlamentar é apontado como suspeito de participação no suposto esquema de compra ilícita da vacina indiana Covaxin —o que ele nega.

Em depoimento à CPI, o deputado federal Luís Miranda (DEM-DF) disse que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) citou o nome do líder governista na Câmara quando foi informado por ele e por seu irmão, em 20 de março, sobre irregularidades envolvendo o contrato de R$ 1,6 bilhão assinado pelo ministério com a Precisa Medicamentos (intermediadora da compra das 20 milhões de doses da Covaxin).

Ricardo Barros se manifestou no Twitter sobre o assunto. "A CPI alegou que não aceita interferência do STF em marcar data para me ouvir dizendo ser "matéria interna corporis". Esqueceram que quem determinou a instalação da CPI foi o STF, e eles acataram. Pedi hoje novamente para ser ouvido já", escreveu.

A CPI da Covid foi criada no Senado após determinação do Supremo. A comissão, formada por 11 senadores (maioria era independente ou de oposição), investigou ações e omissões do governo Bolsonaro na pandemia do coronavírus e repasses federais a estados e municípios. Teve duração de seis meses. Seu relatório final foi enviado ao Ministério Público para eventuais criminalizações.