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Ricardo Barros pede ao STF para ser ouvido na CPI da Covid antes do recesso

O deputado Ricardo Barros (PP-PR) deverá prestar depoimento à CPI da Covid - Gustavo Sales/Câmara dos Deputados
O deputado Ricardo Barros (PP-PR) deverá prestar depoimento à CPI da Covid Imagem: Gustavo Sales/Câmara dos Deputados

Do UOL, em São Paulo

08/07/2021 14h35Atualizada em 08/07/2021 15h45

O líder do governo na Câmara, deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), pediu ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Ricardo Lewandowski para que o seu depoimento na CPI da Covid no Senado seja agendado para "a próxima sessão após a intimação da liminar" ou antes do recesso parlamentar, que começa em 18 de julho.

O mesmo pedido será feito administrativamente à Comissão Parlamentar de Inquérito, como informou, em nota, a assessoria de imprensa do deputado. Barros

Barros já havia requisitado ao Supremo a manutenção da primeira data da convocação, que estava marcada para hoje, mas foi desmarcada, e volta ao STF depois de o presidente da CPI, Osmar Aziz (PSD-AM), anunciar a oitiva para o dia 20 de julho, após o início do recesso.

"Seja concedida a segurança em caráter liminar para determinar que o depoimento do impetrante perante a CPI seja realizado imediatamente na próxima sessão da CPI após a intimação da liminar ou em outra data que Vossa Excelência entenda razoável, desde que até o dia 16.07.2021, garantindo que o depoimento seja realizado antes do recesso parlamentar", diz o documento protocolado pela defesa do parlamentar.

De acordo com a nota, Barros afirma que sempre se colocou à disposição da comissão e que a CPI comete abuso de poder ao impedir a sua defesa.

"Estou há quase dez dias sendo acusado por ilações e especulações levianas. Não há provas. Desde o início me coloquei à disposição da CPI para prestar os esclarecimentos, quantas vezes forem necessárias. Estão impedindo a minha a garantia do direito constitucional de ampla defesa", disse.

É uma tentativa clara de desgastar a minha imagem perante a opinião pública, o que torna ainda mais indispensável o exercício do meu amplo direito de defesa.
Ricardo Barros, líder do governo na Câmara

Divergência sobre recesso

O presidente da CPI Omar Aziz e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), têm divergido sobre os trabalhos da comissão durante o recesso parlamentar.

Pacheco diz que a CPI não poderá funcionar durante o recesso, que vai de 18 a 31 de julho. Aziz, por sua vez, afirmou que a comissão seguirá com os trabalhos durante o período de descanso de deputados e senadores.

A expectativa é que Aziz e Pacheco conversem sobre o tema nos próximos dias para chegar a um consenso.

Barros é acusado no caso da Covaxin

Ricardo Barros é apontado como suspeito de participação em suposto esquema de compra ilícita da vacina indiana Covaxin —o que ele nega.

Em depoimento à CPI, o deputado federal Luís Miranda (DEM-DF) disse que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) citou o nome do líder governista na Câmara quando foi informado por ele e por seu irmão, em 20 de março, sobre irregularidades envolvendo o contrato de R$ 1,6 bilhão assinado pelo ministério com a Precisa Medicamentos (intermediadora da compra das 20 milhões de doses da Covaxin).

Diante da denúncia, o Ministério da Saúde anunciou que a suspensão da negociação para compra da Covaxin.

A CPI da Covid foi criada no Senado após determinação do Supremo. A comissão, formada por 11 senadores (maioria era independente ou de oposição), investigou ações e omissões do governo Bolsonaro na pandemia do coronavírus e repasses federais a estados e municípios. Teve duração de seis meses. Seu relatório final foi enviado ao Ministério Público para eventuais criminalizações.