Bolsonaro está em hospital que tem médica que foi alvo de bolsonaristas
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foi internado hoje no hospital Vila Nova Star, em São Paulo -onde trabalha a médica Ludhmila Hajjar, que recebeu ataques de apoiadores do governo após ser cotada para assumir o Ministério da Saúde mais cedo neste ano.
Bolsonaro foi transferido do HFA (Hospital das Forças Armadas) em Brasília até a unidade na zona sul da capital paulista após ser diagnosticado com uma obstrução intestinal. Ele deve fazer mais exames, que devem determinar a possibilidade de uma nova cirurgia.
Hajjar foi considerada para assumir o lugar do então ministro Eduardo Pazuello em março deste ano, mas rejeitou o convite por divergências técnicas. Crítica do negacionismo e do uso de remédios ineficazes contra covid, ela relatou ter recebido ataques e até uma invasão a seu quarto de hotel.
Eu recebi ataques, tentativa de invasão no hotel que eu estava, ameaças de morte, fui agredida com áudios e vídeos falsos com perfis. Mas estou firme e forte aqui. Hoje volto para São Paulo para continuar a minha missão, que é ser médica. Estou à disposição do meu país e vou continuar atendendo pessoas da direita e da esquerda
Ludhmila Hajjar, em entrevista para à CNN na época
Para ela, esses ataques foram fruto de grupos "radicais" que "defendem o discurso da polarização", mas que não a assustaram.
Além de Ludhmila, a equipe do Vila Nova Star também conta com o cirurgião Antonio Luiz Macedo, que operou o presidente após o atentado a faca durante a campanha de 2018 e que foi à Brasília mais cedo avaliá-lo. Foi de Macedo a decisão de transportar o presidente até São Paulo para observação.
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