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Tática de Bolsonaro de responsabilizar outros é antiga, diz Marcelo Ramos

Colaboração para o UOL, em São Paulo

19/07/2021 18h33Atualizada em 19/07/2021 19h28

É antiga a tática do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de jogar a responsabilidade para terceiros, afirmou o vice-presidente da Câmara dos deputados, Marcelo Ramos (PL-AM). O deputado falou durante o programa UOL News desta noite.

Hoje pela manhã, Bolsonaro classificou Marcelo Ramos como "insignificante" e acusou o parlamentar de "atropelar o regimento" da Câmara para evitar a aprovação da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) para 2022. O projeto aumentou o fundo eleitoral de 1,7 bilhão para R$ 5,7 bilhões.

Ramos disse que o ataque de Bolsonaro faz novamente parte dessa tática. O presidente, segundo ele, o criticou para tirar a responsabilidade dos filhos e de sua base bolsonarista no congresso, que votaram a favor do texto.

"A tática dele de transferir responsabilidade é antiga. Ele não se acha responsável por ficar com dinheiro do gabinete dele. Ele não acha o Flávio [Bolsonaro] responsável por ficar com dinheiro do gabinete dele. Ele não acha a esposa responsável por receber cheque do Queiroz na conta dela. Ele não acha o Pazuello nem o Ricardo Barros responsável por tentar comprar vacina superfaturada", disse o deputado.

O parlamentar também comentou sobre a possibilidade de dar prosseguimento aos pedidos de impeachment contra o presidente, em eventual ausência do atual presidente da Câmara, o deputado Arthur Lira (PP-AL).

"Eu sou um cidadão responsável por um país, moderado, trato as coisas com prudência, mesmo quando estou lidando com quem não trata isso com reciprocidade. O que eu quero é: primeiro delimitar que o presidente Bolsonaro não vai cavalgar sobre o parlamento. Não vai. O parlamento vai resistir", afirmou.

Como segundo passo, o deputado disse que precisa checar se existem os fundamentos técnicos que caracterizem o crime de responsabilidade. Se sim, ele necessitará ainda fazer o cálculo político de dar entrada num processo de impeachment durante uma presidência provisória.