Mayra Pinheiro: documentos sobre Portugal foram divulgados de forma ilegal
A secretária do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, conhecida nas redes sociais como "Capitã Cloroquina", disse que os documentos divulgados na imprensa que a exibem oferecendo ao governo de Portugal o uso de medicamentos sem eficácia comprovada no combate ao coronavírus, foram divulgados "de forma ilegal".
Em entrevista à rádio Jovem Pan, a secretária criticou a atuação da CPI da Covid no Senado, e afirmou que os senadores da comissão estão divulgando "os e-mails onde existe uma ação do STF (Supremo Tribunal Federal), é uma medida cautelar na verdade, que nenhum dos documentos enviados para a CPI podem ter divulgação pública até que a comissão seja encerrada".
Documentos obtidos pela CPI da Covid mostram que Mayra fez uma proposta ao governo de Portugal para fazer o uso de medicamentos, como a cloroquina, cuja eficácia contra o coronavírus jamais foi comprovada.
No dia 25 de janeiro, a secretária enviou um e-mail endereçado a autoridades de Portugal com a oferta de compartilhar junto ao país europeu a "experiência" do Brasil "em atendimento precoce no enfrentamento à doença", mas a proposta foi recusada.
Ontem, o jornal Folha de S.Paulo divulgou um vídeo em que a "Capitã Cloroquina", afirma que preparou algumas perguntas para enviar aos senadores governistas da CPI, numa tentativa de eles "jogarem" para ela "fazer o gol" durante seu depoimento.
Mayra Pinheiro falou à Comissão Parlamentar de Inquérito em maio. Ela manteve sua defesa no tratamento precoce com medicamentos já descartados pela OMS (Organização Mundial da Saúde), e buscou absolver o governo federal em relação ao colapso da rede de saúde em Manaus, no começo do ano.
Em determinado momento, porém, Mayra contradisse o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello ao afirmar que o ministério soube sobre a falta de oxigênio em Manaus em 8 de janeiro deste ano. Pazuello disse à CPI que foi alertado sobre a situação apenas na noite de 10 de janeiro.
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