Joice diz não ter procurado a PF por 'temer interferência' de Bolsonaro
A deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) escreveu hoje nas redes sociais que não procurou a Polícia Federal)no caso de ferimentos que teve no rosto e no corpo por temer interferência do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Evitei a PF por motivos óbvios: o presidente da República, Jair Bolsonaro, interferiu diretamente na PF para proteger corruptos, entre eles seu filho. O que não seria capaz de fazer para atacar um desafeto?
Joice Hasselmann
Na postagem feita após entrevista coletiva em que ela e o marido, o médico neurocirurgião Daniel França, falaram à imprensa sobre o ocorrido na tentativa de afastar teorias de que ele a teria agredido, Hasselmann disse ter "grande respeito" pela PF e que "defende a lista tríplice obrigatória" para a escolha do diretor-geral da instituição. "Mais do que nunca, devemos lutar pela autonomia da PF e blindar contra a interferência política", escreveu.
Deputada afirma ter suspeitos de agressão
Mais cedo, durante entrevista ao lado do marido, a parlamentar disse ter dois suspeitos do que acredita ter sido um atentado contra ela, mas se recusou a revelar os nomes. "Um é parlamentar, outro, não", a deputada afirmou, apenas. Ela deu a mas deu a entender que os suspeitos teriam ligação com o governo Bolsonaro. "Eu sei que um deles tem acesso muito fácil ao prédio [em que vive]. E o outro tem acesso muito fácil aonde quer que ele queira", disse.
"Eu tenho uma suspeita e passei para o Depol [Departamento de Polícia Legislativa] o nome de uma pessoa, um grande desafeto político, que tem acesso a esse bloco [o prédio onde a parlamentar reside em Brasília] de maneira muito fácil. Passei dois nomes, na verdade", afirmou Joice.
Além do Depol, que conduz a investigação, Hasselmann afirmou ter revelado os nomes à Polícia Civil do DF. A deputada disse ainda que encaminharia as suspeitas ao Ministério Público Federal e à Polícia Civil de São Paulo, que, segundo ela, já investiga ameaças anteriores recebidas por ela.
Segundo Hasselmann, um dos "desafetos", como chamou os suspeitos, teria feito ameaças públicas contra ela. "O outro é um desafeto que já me mandou alguns recados um pouco pesados", afirmou.
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