Governistas admitem não ter número suficiente para aprovar voto impresso
Sem votos para aprovarem a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) do voto impresso, parlamentares bolsonaristas lutam para ganhar tempo e adiar a sessão do plenário para semana que vem. Mas a oposição, que avalia que vai derrotar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), não aceita. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse que vai manter a sessão do plenário ainda hoje.
De acordo com os governistas, na tarde de hoje havia 226 votos favoráveis à PEC, mas precisariam chegar a 308 (três quintos do plenário, o mínimo para passar uma emenda à Constituição) até o início da noite. Outros 124 deputados são contrários à PEC, de acordo com os cálculos, compartilhados entre eles num grupo de whatsapp. O objetivo era convencer 163 indecisos a fim de reverter a situação.
No entanto, o deputado Coronel Tadeu (PSL-SP) disse ao UOL que o ideal seria adiar a votação para semana que vem.
É ganhar tempo mesmo para a gente poder conversar com todos os deputados"
Coronel Tadeu, deputado
O parlamentar governista disse que existem cerca de 60 deputados atuando para convencer os indecisos.
Tadeu contou que, no plenário, é possível fazer concessões para aprovar a proposta. Originalmente, a proposta da deputada bolsonarista Bia Kicis (PSL-DF) era incluir uma impressora ao lado das urnas eletrônicas que imprimisse cédulas e, sem contato com o eleitor, a depositasse na urna. O papel só seria analisado em caso de auditoria.
Mas o relator da PEC, Felipe Barros (PSL-PR), incluiu a obrigatoriedade de as cédulas de papel serem contadas, manualmente, antes de as urnas eletrônicas deixarem a seção eleitoral. Para Tadeu, é possível abrir mão dessa exigência em prol da instalação das impressoras.
Oposição quer votar hoje
Enquanto o governo tenta adiar o projeto, a oposição negocia com o presidente Arthur Lira para que o voto impresso ser votado hoje de forma definitiva. Entre os opositores, há o entendimento de que a PEC será derrotada em plenário se for votada logo.
A oposição, em especial o PT, PSOL e PCdoB, também quer usar a votação do voto impresso para passar um recado aos militares que promoveram um desfile com veículos blindados na frente do Palácio do Planalto na manhã de hoje.
"Vamos provar a força do Parlamento", diz Ramos
O vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM), disse ao UOL que o plenário deverá "derrotar o projeto" para passar um recado aos militares. "Eu quero acreditar que (a passeata) foi uma trágica coincidência, como disse Lira."
Mas sendo coincidência ou não, vamos dar aos deputados a chance de provar a força do Parlamento brasileiro, com tanque ou sem tanque"
Marcelo Ramos, vice-presidente da Câmara
Tadeu disse que o desfile de tanques não interferiu na estratégia de ganhar tempo. Segundo o deputado, mesmo sem a exibição das Forças Armadas, seria necessário obter mais votos.
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