Roberto Jefferson foi elogiado por ministro de Bolsonaro há uma semana
Uma semana antes de o STF (Supremo Tribunal Federal) determinar a prisão preventiva do ex-deputado bolsonarista e presidente do PTB Roberto Jefferson (RJ), o político se encontrou com o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Luiz Eduardo Ramos, e foi elogiado pelo membro do governo Bolsonaro.
Segundo um tuíte feito por Ramos em sua conta oficial, o encontro ocorreu no último dia 3 de agosto. "Recebi hoje a visita do Presidente do PTB, Roberto Jefferson. Mais um soldado na luta pela liberdade do nosso povo e pela democracia do nosso Brasil", escreveu o ministro.
Pedido de prisão
Roberto Jefferson foi preso preventivamente pela Polícia Federal após determinação do ministro do STF Alexandre de Moraes por envolvimento em uma suposta milícia digital que atua contra a democracia. A Polícia Federal cumpriu na manhã de hoje o mandado de busca e apreensão e de prisão na residência do político aliado ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Além da prisão preventiva, o ministro também determinou a busca e apreensão de armas e munições de propriedade de Roberto Jefferson "bem como de computadores, "tablets", celulares e outros dispositivos eletrônicos".
Na decisão, o ministro já autorizou o acesso a mídias de armazenamento (inclusive celulares, HDs, pen drives apreendidos, materiais armazenados em nuvem), "apreendendo-se ou copiando-se os arquivos daqueles julgados úteis para esclarecimento dos fatos sob investigação", segundo trecho da decisão.
Por último, Alexandre de Moraes determinou o bloqueio das redes sociais — especificamente o Twitter, que, segundo o ministro é "necessário para a interrupção dos discursos criminosos de ódio e contrário às Instituições Democráticas e às eleições, em relação ao perfil @BobJeffRoadKing".
Mais cedo, o perfil havia publicado que a decisão de Moraes se tratava de uma "canalhice".
"A Polícia Federal foi a casa de minha ex-mulher, mãe de meus filhos, com ordem de prisão contra mim e busca e apreensão. Vamos ver de onde parte essa canalhice", escreveu o perfil.
Conheça o processo
O inquérito das milícias digitais foi aberto em julho, por determinação de Alexandre de Moraes, após reunir conteúdos coletados pelas investigações ocorridas no âmbito dos inquéritos das Fake News e dos atos antidemocráticos.
A nova investigação foi aberta no mesmo dia em que Moraes determinou o fechamento, a pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República), do inquérito dos atos antidemocráticos, que foi aberto no ano passado.
O inquérito em andamento tem acesso às provas obtidas pela investigação sobre fake news, o que manteve na mira alguns investigados como Roberto Jefferson. A delegada do novo inquérito, Denisse Dias Rosas Ribeiro, também atuou na investigação sobre atos antidemocráticos.
Nesta investigação, dividida em quatro núcleos de apuração da organização (produção, publicação, financiamento e político), a Polícia Federal investiga possível atuação de grupos bolsonaristas no financiamento e promoção de disseminação de notícias falsas.
Os investigadores também apuram se há relação entre os ataques a órgãos públicos com o chamado "gabinete do ódio", que contaria com a suposta influência de filhos do presidente Jair Bolsonaro, e se os ataques eram supostamente financiados com dinheiro público.
*Com informações de Lucas Valença, Fabio de Mello Castanho e Thaís Augusto, do UOL, em Brasília e São Paulo
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