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Preso, Roberto Jefferson chama Moraes de 'cachorro do STF' em último tuíte

Do UOL, em São Paulo*

13/08/2021 09h56Atualizada em 13/08/2021 12h29

O ex-deputado bolsonarista e presidente do PTB Roberto Jefferson chamou o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes de "cachorro do STF" em seu último tuíte antes de ser preso na manhã de hoje. Moraes foi o responsável por determinar a prisão do político por envolvimento em uma suposta milícia digital que atua contra a democracia brasileira. (Leia as frases de Jefferson ao ministro abaixo)

"Xandão, maridão de dOna Vivi, Cachorro do STF, decretou minha prisão por crime de milícia digital", começou o ex-deputado em seu Twitter. Apesar de a conta não ser verificada pela plataforma, este é o perfil citado por Moraes na decisão, que também inclui o bloqueio de Jefferson nessa rede social. Às 10:12 (horário de Brasília), a conta já havia sido retirada do ar.

E continuou: "Ele [Moraes] está repetindo os mesmos atos do Supremo da Venezuela, prendendo os Conservadores para entronizar os comunistas. Deus. Pátria. Família. Vida. Liberdade".

Além desse último tuíte, publicado às 8h56, o político também postou outra mensagem sobre a prisão, às 7:31 da manhã.

"A Polícia Federal foi a casa de minha ex-mulher, mãe de meus filhos, com ordem de prisão contra mim e busca e apreensão. Vamos ver de onde parte essa canalhice."

Antes de ser preso, Roberto Jefferson xingou o ministro do STF no Twitter - Reprodução - Reprodução
Antes de ser preso, Roberto Jefferson xingou o ministro do STF no Twitter
Imagem: Reprodução

Críticas à Corte

Em junho, Jefferson foi flagrado defendendo "atos institucionais" contra o STF, como o AI-5 na ditadura militar, que permitiu o fechamento do Congresso e a cassação de mandatos. A conversa por áudio foi acessada pela Polícia Federal no âmbito da Operação Lume.

É uma manifestação contra a lei, contra a democracia"
Roberto Jefferson, em conversa obtida pela PF

No mês passado, o ex-deputado afirmou que, se estivesse no lugar do presidente Bolsonaro, já teria "fechado o Supremo". Ele defendeu que há precedente na Constituição.

"O Bolsonaro não é um cara de briga. Eu, se sou ele, já teria fechado o Supremo. O artigo 142 me dá poder para isso. Eu participei da discussão do poder moderador e garantidor das Forças Armadas, com o esvaziamento do Executivo frente ao Judiciário e Legislativo", afirmou Jefferson em entrevista ao programa Direto ao Ponto, da rádio Jovem Pan.

Questionado se a ação de fechar o STF não seria um golpe, Jefferson disse que basta "trocar" os membros. Em meio às duras críticas dirigidas ao STF, Roberto Jefferson também disse que "há uma ditadura" da Corte na Justiça e garantiu não ter medo dos ministros, os quais chamou de "incompetentes, lobistas, desonestos e corruptos".

"É uma organização criminosa para fazer o crime de abuso de autoridade. Pode me processar, eu já estou respondendo um monte de processo de indenização moral e fui condenado, graças a Deus", disparou.

*Com informações de Lucas Valença, Fabio de Mello Castanho e Thaís Augusto, do UOL, em Brasília e São Paulo