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Foi um grande erro Bolsonaro aproximar-se do Centrão, diz Janaina Paschoal

Maurício Garcia de Souza/Alesp
Imagem: Maurício Garcia de Souza/Alesp

Do UOL, em São Paulo

15/08/2021 15h25

A deputada estadual Janaina Paschoal (PSL-SP) afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) cometeu "um grande erro" ao aproximar-se do Centrão com a nomeação do senador Ciro Nogueira (PP-PI) para a Casa Civil.

Em entrevista à Jovem Pan publicada neste domingo (15), Paschoal disse que a atitude de Bolsonaro "é uma ilusão de apoio e mais um descumprimento de promessa de campanha".

Janaina Paschoal chegou a ser cotada para concorrer como vice de Bolsonaro em 2018. Ela foi uma das autoras da ação que levou ao impeachment de Dilma Rousseff e se tornou a deputada mais votada da história do Brasil em 2018, com mais de dois milhões de votos.

Em julho de 2018, Paschoal discursou na convenção do PSL que oficializou Bolsonaro como candidato à Presidência. No mesmo evento, o general Augusto Heleno (hoje ministro do Gabinete de Segurança Institucional) fez uma paródia comparando o Centrão a um grupo de ladrões —e foi ovacionado.

Presidente gera polêmicas desnecessárias e prejudica a economia

Na opinião da deputada, o presidente Bolsonaro abusa de uma retórica agressiva e gera desgastes desnecessários.

As pessoas querem combate à corrupção, mas também querem uma postura correta, querem tranquilidade para trabalhar, criar seus filhos. Querem um líder que as represente numa solenidade, no exterior. Essa dinâmica de governar no conflito, sempre causando problema, isso prejudica a economia. E, ao prejudicar a economia, prejudica todos os demais setores.

Ela considera que o desfile de tanques no mesmo dia em que estava pautada a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) do voto impresso foi "brega". "Se ele [o desfile] acontece no 7 de Setembro, no 9 de Julho, ok. Mas do nada? O presidente gera polêmica quando não precisa."

Atuação de Bolsonaro na pandemia

Janaina Paschoal classificou a CPI da covid como "espetaculosa", porque tem o único objetivo de criar narrativas. Ela criticou a falta de objetividade nas investigações.

Para a deputada, não foi demonstrada conexão entre o presidente e a suspeita de corrupção na tentativa de compras de Covaxin. "Mas, se eu fosse o presidente, teria afastado o Ricardo Barros da liderança do governo", afirmou.

Ainda segundo a deputada, o Brasil mais acertou do que errou durante a pandemia. "As mortes são decorrência do vírus. Não dá para culpar nem A nem B."

Terceira via e planos para 2022

O objetivo de Janaina Paschoal em 2022 é uma vaga no Senado. Ela afirmou que não concorrerá pelo PSL, mas ainda não decidiu qual será o partido.

Questionada sobre a viabilidade de uma terceira via para a Presidência (que não seja Bolsonaro nem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva), a deputada afirmou que apoiaria Sergio Moro. "Se ele sair, voto nele."

Outros ministérios estão 'no caminho certo'

Apesar das críticas à nomeação de Ciro Nogueira, a deputada aprovou a atuação dos demais ministros.

"Posso concordar em um ponto, discordar em outro, mas acho que estão no caminho certo", declarou.