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Turma de Bolsonaro está começando a cair do precipício, diz Molon

Colaboração para o UOL

20/08/2021 18h58

O deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ) avaliou hoje, em entrevista ao UOL News, a operação da Polícia Federal de mandado de busca e apreensão, autorizado pelo STF (Supremo Tribunal Federal), nos endereços ligados ao deputado federal bolsonarista Otoni de Paula (PSC-RJ).

Na avaliação do parlamentar, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) "insuflou e estimulou" a turma que o segue, a levou para o "precipício" e agora está "começando a cair".

"Infelizmente, muitas vezes, a gente testemunha um comportamento extremamente agressivo dos apoiadores do bolsonarismo. A maneira de falarem dos ministros do Supremo e a maneira que falavam do Congresso Nacional, isso só se relevou com a ida do centrão para base do governo", disse Molon.

O deputado lembrou que até o ano passado, os ataques não eram voltados apenas ao Judiciário, mas também para o Legislativo.

"Essa violência toda era praticada também contra o Congresso. Bolsonaro participava de atos que pediam o fechamento do Congresso e do Supremo. Agora, a medida que o centrão vai para a base do governo e "promete resolver o problema" do Congresso para o governo, o Congresso para de ser alvo, e Bolsonaro passa a dirigir todos os seus ataques ao Judiciário", argumentou.

Para Molon, o deputado federal Otoni de Paula se encaixa nesse comportamento agressivo em relação ao STF.

"E uma hora o Supremo reage. Reagiu contra [o deputado federal] Daniel Silveira, e agora reage contra Otoni. Reage ainda em um nível de menor intensidade com Otoni, mas o Supremo está mostrando que não vai tolerar calado a tentativa de ataque, desmoralização e agressão contra seus ministros."

O parlamentar avaliou ainda que a reação quando o precipício chega é de "pânico e pavor". "Como se imaginassem que tudo isso fosse ficar impune. Não vai e não pode ficar impune", finalizou ele.

Além de Otoni de Paula, o cantor Sérgio Reis, Marcos Antônio Pereira Gomes, conhecido como "Zé Trovão", Eduardo Oliveira Araújo, Wellington Macedo de Souza, Antônio Galvan, Alexandre Urbano Raitz Petersen, Turíbio Torres, Juliano da Silva Martins e Bruno Henrique Semczeszm foram alvos da decisão do ministro do Supremo Alexandre de Moraes.