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Doria rebate críticas e diz que Aécio é 'pária dentro do PSDB'

Governador João Doria participou do programa "Roda Viva" - Reprodução/TV Cultura
Governador João Doria participou do programa "Roda Viva" Imagem: Reprodução/TV Cultura

Colaboração para o UOL

24/08/2021 10h50Atualizada em 24/08/2021 14h58

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), fez duras críticas e ataques ao também tucano, o deputado federal Aécio Neves (MG). O paulista disse, entre outras coisas, que o mineiro é "pária dentro do PSDB".

Questionado sobre os posicionamentos de Aécio em relação a possível candidatura de Doria à presidência pelo PSDB - quando o deputado disse que o governador transformaria o partido em "nanico" e o levaria ao isolamento -, o governador disse que o mineiro não tem autoridade para falar isso.

"Ele [Aécio] é um pária dentro do PSDB e tem a síndrome da derrota. Terei o prazer de vencer aqueles que pensam como Aécio Neves e dever de estar ao lado dos que defendem o PSDB como Fernando Henrique Cardoso", disse, em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, na noite de ontem.

Doria irá disputar a prévia que escolherá em novembro o candidato da sigla para a corrida de 2022.

Seguindo as críticas ao deputado, o governador afirmou que Aécio tem "síndrome de derrota", e disse que tudo começou no "triste telefonema para um empresário aqui de São Paulo pedindo propina". Por isso, Doria defendeu que o político mineiro peça afastamento do partido.

Além disso, o governador paulista também criticou a abstenção do deputado na votação da PEC do voto impresso. Para Doria, Aécio "trabalhou a sua bancada" para votar a favor do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e "contra a democracia", mas "na hora do vamos ver, se absteve".

O governador ainda acusou o deputado de fazer acordos com o chefe do Executivo, coisa que ele garante não fazer. Segundo Doria, os dois têm agendas "na calada da noite".

"Não me entreguei a Bolsonaro. Não faço acordos com Bolsonaro, não me reúno no Palácio da Alvorada, nem no Palácio do Planalto com o presidente Bolsonaro como faz Aécio Neves. Não negocio emendas na calada da noite com Bolsonaro para defendê-lo depois na Câmara. Eu apenas lamento que ele esteja no mesmo partido do que eu", disse.

'Desqualificado', responde Aécio

Em nota, Aécio Neves repudiou as críticas feitas por Doria, chamando o governador paulista de "desqualificado" e com "falta de caráter para liderar qualquer projeto nacional", pontuou.

O deputado mineiro relembrou o "BolsoDoria", estratégia de campanha utilizada por Doria em 2018 para se eleger com o apoio de eleitores de Bolsonaro, e disse que o colega de partido "traiu o seu padrinho político, Geraldo Alckmin, da forma mais covarde e humilhante possível".

"A obsessão em me atacar é fruto da sua interpretação de que também sou um obstáculo a que ele se transforme em dono do PSDB", afirmou, dizendo que o partido "não está à venda" e nem se transformará em um "balcão de negócios" de Doria.

"O PSDB é fruto de uma construção coletiva, da qual participo há cerca de 30 anos. Não vamos permitir que ele seja tomado por um arrivista, cujo único objetivo é satisfazer seu próprio ego e sua ambição doentia", concluiu.