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Mandetta: Pfizer 'brasileira' após anúncio da 3ª dose não surpreende

Colaboração para o UOL

26/08/2021 09h18

O ex-ministro da saúde Luiz Henrique Mandetta reagiu ao anúncio da Pfizer, que começará a produzir vacinas contra a covid-19 no Brasil, feito um dia após o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, falar que o imunizante da marca teria prioridade para ser aplicado como terceira dose. "Nada surpreende mais", disse em entrevista ao UOL News.

"Nessa CPI da Covid tomamos informações de negociatas e tudo que acontece a gente fica com o pé atrás", explicou. "Do ponto de vista técnico, é natural que a Pfizer busque parques industriais com musculatura suficiente para aumentar a produção", falou.

O ex-ministro disse que as plantas atuais da Pfizer exigem que ela corra atrás de parcerias. Ainda assim, Mandetta afirmou ser "estranho" não ter anunciado a parceria com uma das gigantes do setor.

Outra solução, segundo o ex-ministro, seria a Pfizer procurar mediações da OMS (Organização Mundial da Saúde) para maior produção de vacinas contra o coronavírus.

Bolsonaro deve se encontrar com um grupo representante da farmacêutica hoje. Além da produção no Brasil, a empresa deve expandir a entrega dessas vacinas para toda a América Latina.

Pfizer fecha parceria com Eurofarma

A farmacêutica norte-americana Pfizer anunciou que a produção no Brasil será em colaboração com a Eurofarma, que faz remédios genéricos. O anúncio da Pfizer foi feito em conjunto com a BioNTech, laboratório alemão parceiro no desenvolvimento da vacina contra a covid-19.

Atualmente, as doses da farmacêutica norte-americana chegam prontas ao aeroporto de Viracopos (SP) e são repassadas para os estados pelo Ministério da Saúde. Agora, segundo a carta de intenções dos três laboratórios, a Eurofarma receberá a matéria-prima dos Estados Unidos e ficará responsável de produzir e distribuir a vacina na América Latina.

A Pfizer e a BioNTech afirmaram que o processo de transferência técnica, treinamento e instalação de equipamentos "começarão imediatamente". A expectativa é fabricar 100 milhões de doses por ano, começando a entrega em 2022.

O imunizante da Pfizer foi o primeiro no Brasil a ter o registro para uso definitivo no país, concedido pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Até agora, é o único com aval para ser administrado em adolescentes de 12 a 17 anos.

Os demais - CoronaVac, Janssen e Oxford/AstraZeneca - só têm autorização para aplicação em maiores de 18 anos.