Queiroga tenta 'enrolar Bolsonaro' sobre máscaras anticovid, diz Mandetta
O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta disse que o atual líder da Saúde, Marcelo Queiroga, está tentando enrolar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na questão do uso das máscaras contra a covid-19. Bolsonaro, que frequentemente participa de grandes eventos na rua sem a proteção, tenta fazer movimentos para desobrigar o uso das máscaras.
"Queiroga está tentando enrolar o presidente", falou para o UOL News. "A máscara é o elemento de proteção externa com a melhor barreira individual e coletiva. Não tem estudo que possa fazer que diga o contrário", explicou.
Mandetta disse que o Brasil precisa aprender com os exemplos dos países do norte global, "com imprensa livre e ciência forte", que não tiveram sucesso ao suspender a obrigação das máscaras. "A população notou o aumento do número de casos e, em decisão própria voltou, a usar. Quando faz essa movimentação (de desobrigar) passa uma mensagem e voltar atrás é muito mais difícil", afirmou.
Ainda falando da postura de Queiroga, o ex-ministro disse que trabalhar com Bolsonaro é um desafio. "O presidente testa quais são os seus valores, seus princípios e até onde você vai na proteção da vida. Quem negocia por cargo acaba cedendo, quando insiste ele troca o ministro, que foi meu caso", completou.
Impeachment
Mandetta é favorável ao impeachment de Bolsonaro, mas acredita que o movimento não seria eficaz e a população pode resolver a insatisfação pelo voto em 2022. "Ele deve ser retirado pelas urnas, ali é a hora do brasileiro virar a página para frente, assim como virou quatro anos atrás", falou.
O ex-ministro lembrou que o processo contra Dilma Rousseff (PT) levou 8 meses e o do atual presidente seria ainda mais longo. Além disso, ele afirmou que não acredita que a questão teria votos o suficiente para afastar Bolsonaro do cargo.
Perguntado se o presidente cometeu atos graves para resultar em impeachment, Mandetta falou que "na área que eu entendo, que é a sanitária, sim". No entanto, o processo poderia ser um "tiro no pé" do país. "O presidente ia sair demonizando ainda mais as instituições e teria mais argumentos para a ameaça contra democracia", explicou.
O ex-ministro falou que consideraria concorrer à presidência. "A vontade é enorme", admitiu. Apesar disso, ele disse que prefere manter conversa com aliados, como Ciro Gomes (PDT) e Eduardo Leite (PSDB), na tentativa de construir uma terceira via para 2022, capaz de derrotar Bolsonaro e Lula (PT).
Mandetta defendeu também outros modelos de democracia, como o parlamentarismo e "não esse processo espinhoso e traumático para o país. Temos uma crise econômica enorme, uma situação de crise alimentar e fome, essas pessoas precisam dessas respostas agora", afirmou.
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