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'Bolsonaro quer golpe para fugir da cadeia', diz Boulos

Guilherme Boulos - Ana Paula Paiva/Valor
Guilherme Boulos Imagem: Ana Paula Paiva/Valor

Do UOL, em São Paulo

28/08/2021 19h35Atualizada em 28/08/2021 19h47

O coordenador nacional do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto), Guilherme Boulos (PSOL) disse hoje que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pretende dar um "golpe" para conseguir "fugir da cadeia".

As declarações de Boulos acontecem no mesmo dia em que o chefe do Executivo federal afirmou em um culto em Goiânia que seu futuro está pautado em três alternativas: "estar preso, ser morto ou a vitória".

Bolsonaro: "Tenho três alternativas: estar preso, ser morto ou a vitória". Bolsonaro sabe o que o espera. Ele quer um golpe para fugir da cadeia
Guilherme Boulos

Bolsonaro também disse que "não deseja provocar rupturas" institucionais, mas que "tudo tem limite". A frase que estimulava evangélicos a participarem de atos no 7 de Setembro foi interpretada por opositores como uma nova ameaça golpista do presidente.

"Digo uma coisa aos senhores. Tenho três alternativas para o meu futuro: estar preso, ser morto ou a vitória. Pode ter certeza: a primeira alternativa, preso, não existe. Nem um homem aqui na Terra vai me amedrontar. Tenho a consciência de que estou fazendo a coisa certa. Não devo nada a ninguém. E ninguém deve nada a mim também", disse Bolsonaro.

Preparativos para manifestação

O presidente Jair Bolsonaro confirmou que pretende comparecer às manifestações a favor da gestão federal, agendadas para o feriado de Independência do Brasil. Durante a manhã, Bolsonaro estará em Brasília e no período da tarde acompanhará o ato na Avenida Paulista, em São Paulo.

Para cativar o eleitorado e mandar recados aos adversários, Bolsonaro discursou por volta de 20 minutos no 1° Encontro Fraternal de Líderes Evangélicos da Conemad-GO (Convenção Nacional das Assembleias de Deus do Ministério de Madureira).

Mais uma vez, o presidente atacou o STF (Supremo Tribunal Federal), o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e a CPI da Covid — que investiga as ações e omissões do governo federal no enfrentamento da pandemia.

Temos um presidente que não deseja e nem provoca rupturas. Mas tudo tem um limite em nossa vida. Não podemos continuar convivendo com isso Jair Bolsonaro

Desde a campanha eleitoral de 2018, os evangélicos são o segmento religioso em que Bolsonaro tem o maior apoio, segundo as pesquisas de diversos institutos.

Com a aproximação do pleito de 2022, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aparece em destaque nas intenções de voto, enquanto o atual chefe do Executivo federal tem a popularidade em queda.