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Maia diz que Bolsonaro é gay: 'Não consegue assumir'; fala é criticada

Colaboração para o UOL

03/09/2021 08h59

O ex-presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia (sem partido) disse acreditar que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) é homossexual, mas não tem "coragem de assumir".

Em entrevista ao podcast "Derrete Cast", o parlamentar apontou que o chefe do Executivo Federal "não admira" as mulheres, apenas homens, e justificou a dificuldade do mandatário em "se assumir" devido a sua formação militar, e que essa ainda é uma área "muito atrasada neste aspecto da orientação sexual".

"Eu tenho uma grande dúvida [se o Bolsonaro é gay]. Eu acho que é. Não tem nenhum problema", iniciou Rodrigo Maia, ressaltando ter "muitos amigos" gays assumidos e, inclusive, citou o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), que se assumiu homossexual recentemente.

Segundo o deputado, "não tem uma mulher que ele [Bolsonaro] admire, ele não gosta". "Qual é o problema? Não estou brincando. Acho que esse debate tem que fazer. Ele não consegue assumir o que ele é. Falo sério. As pessoas acham que falo brincando, mas depois me dão razão", continuou, destacando que, como o mandatário "tem formação militar, que é muito reacionária, muito atrasada neste aspecto da orientação sexual, ele prefere dizer que é machão".

Confira o trecho que o ex-presidente da Câmara falou sobre a sexualidade de Jair Bolsonaro:

Nas redes sociais, a fala de Rodrigo Maia foi criticada, inclusive pelo ex-deputado federal Jean Wyllys, desafeto declarado de Jair Bolsonaro, que discordou da suposição do deputado, ao apontar que o presidente é "seguramente misógino, sexista e machista", além de ser "homofóbico", mas "não um gay". "Ser gay tem a ver com o orgulho de ser", afirmou.

"Querido Rodrigo Maia, deixe-me explicar uma coisa: o genocida é seguramente misógino, sexista e machista, e tem doentia fixação no coito anal e inveja do gozo da homossexualidade. Tudo isto faz dele um homofóbico, não um gay. Gay sou: ser gay tem a ver com tem a ver com o orgulho de ser", escreveu o ex-deputado no Twitter.

Maia respondeu o ex-colega de Câmara e disse que ele "pode ter razão". Jean, então, reiterou que Bolsonaro "pode ter - e talvez tenha - desejos e fantasias com a homossexualidade reprimidos num nível mais ou menos inconscientes que retornam na forma de homofobia".

"Nem todo homem que tem fantasias sexuais com a homossexualidade masculina, reprimidas ou não, é homossexual. Quase todos os héteros que têm essa fantasia reagem a ela com a homofobia; daí esta ser tão presente na socialização e construção da identidade masculina heterossexual", continuou.

Por fim, ele pontuou que no caso do presidente, "os elementos que temos são os que o apontam como um misógino, machista e homofóbico, com fixação doentia no coito anal e uma performance de masculinidade tóxica, como a maioria dos seus (dele) seguidores".