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Lula e PT não querem impeachment de Bolsonaro, diz Ciro Gomes

Colaboração para o UOL

08/09/2021 11h33

Ciro Gomes (PDT), ex-governador do Ceará e ex-ministro, enxerga que falta união no campo político para derrotar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nas eleições de 2022. Além disso, o isolamento dos políticos em partidos e ideologias é prejudicial para as instituições da democracia, que vêm sofrendo ataques do presidente.

Após as manifestações de ontem, Ciro contou ter ligado para vários colegas, como o governador João Doria (PSDB) e o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, mas não para o ex-presidente Lula (PT). "Na minha opinião, o Lula e o PT não querem impedimento do Bolsonaro. Lula se afirma na negativa de Bolsonaro, é o fascismo ou eu", disse ao UOL Entrevista.

Sobre o cenário de caos atual, ele fez uma provocação: "Existiria isso no Brasil sem o PT?". Depois, o ex-ministro afirmou que "não existiria bolsonarismo boçal sem a contradição do Lula e do PT".

Os atos de ontem, segundo Ciro, foram grandes "mas se confinaram a uma bolha radicalizada e extremista. Foi quase um mês de mobilização, com dinheiro público, e ainda assim ficaram aquém do que imaginavam". No entanto, a resposta às manifestações seria união política.

"Uma parte importante da esquerda, não é problema só no Brasil, refugiou-se em uma causa nobre identitária que colide frontalmente com a moral dominante e a religiosidade, que Bolsonaro explora de forma desonesta e profissional", explicou.

Para o ex-governador, o que existe agora é o "8 de setembro". Desde ontem, Ciro está tentando fazer apelo para defender a democracia e proteção do Judiciário, "que não pode ficar nessa fricção".

Próximas manifestações

Novas manifestações contra o presidente Bolsonaro estão sendo convocadas para o domingo (12). Perguntado se compareceria, Ciro disse estar considerando, mas o maior obstáculo é a covid-19 e o avanço da variante delta no Brasil.

Participarei de todo e qualquer movimento que tenha como premissa defesa da democracia e paz do Brasil, para por um fim ao ódio e golpe que isola o Judiciário nessa luta. À luz da política, eu penso em seriamente ir, botando minha máscara, me distanciando e sem dar mau exemplo, para defender o Brasil".