Caminhoneiros dizem que só desmobilizam atos após tratar do STF com Pacheco
Caminhoneiros recebidos hoje pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no Palácio do Planalto afirmaram que só vão desmobilizar atos pelo país após reunião com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), para tratarem da atuação do STF (Supremo Tribunal Federal).
O presidente do Senado é o responsável por arquivar ou colocar em discussão processos de impeachment contra ministros do Supremo protocolados na Casa. Até o momento, o grupo não foi recebido por Pacheco e este não se manifestou sobre o pleito.
Em 25 de agosto, Pacheco rejeitou pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes feito por Bolsonaro.
Os bloqueios de caminhoneiros começaram anteontem, durante atos com pautas de caráter golpista em 7 de Setembro, e seguiram ao longo de quarta (8) e de hoje.
Um dos caminhoneiros recebidos por Bolsonaro, Francisco Dalmora Burgardt, conhecido como "Chicão caminhoneiro", disse que o grupo tem a intenção de entregar um documento com reivindicações a Pacheco. Ele não quis citar quais seriam, mas confirmou não incluir debate sobre o preço de combustíveis neste momento.
"Permanecemos no aguardo de ser recebido pelo mesmo [Rodrigo Pacheco] e talvez exista algumas questões com relação a quanto tempo vai durar. Eu já antecipo para os senhores: estamos aguardando ser recebidos pelo senador Rodrigo Pacheco. Até que isso seja realizado, nós estamos mobilizados em todo o Brasil", declarou Burgardt.
Já um colega seu, identificado como Cleomar, de Sinop, no Mato Grosso, disse que "nossa pauta sempre foi STF via Senado".
A reunião no Planalto contou com a presença de Bolsonaro, do ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, e deputados federais bolsonaristas do PSL.
Segundo Burgardt, Bolsonaro não lhes pediu para desmobilizar bloqueios em estradas e o acampamento na Esplanada. No entanto, ontem, Bolsonaro pediu, em áudio, que os caminhoneiros liberassem as vias. O pedido foi reforçado por Tarcísio, que também participou do encontro no Planalto hoje.
Nos bastidores, o governo teme que a paralisação afete ainda mais a economia, com desabastecimento e aumento da inflação, por exemplo.
Em princípio, o ministro não deve se pronunciar sobre a reunião de hoje.
Hoje à tarde, a Polícia Militar do Distrito Federal tentava retirar caminhoneiros acampados na Esplanada dos Ministérios saíssem do local.
Questionados sobre o que vai acontecer se não forem recebidos por Pacheco, os caminhoneiros não informaram como agirão.
Burgardt se candidatou a vereador em Canoinhas, em Santa Catarina, pelo PRTB —mesmo partido do vice-presidente Hamilton Mourão— nas eleições municipais do ano passado, mas não foi eleito.
Deputados do PSL querem habeas corpus de Zé Trovão
Após a reunião no Planalto, os deputados bolsonaristas do PSL —Major Vitor Hugo (GO), Carla Zambelli (SP) e Bibo Nunes (RS)— anunciaram que vão entrar com pedido de habeas corpus em prol do caminhoneiro bolsonarista Marcos Antônio Pereira Gomes, conhecido como Zé Trovão.
Zé Trovão teve a prisão solicitada pela PGR (Procuradoria-Geral da República) e determinada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes na última sexta-feira (3). Ele é acusado de promover a incitação de atos violentos contra o Congresso Nacional e o Supremo por meio das redes sociais e teria descumprido ordens cautelares determinadas anteriormente por Moraes.
A defesa de Zé Trovão informou que ele está no México e vai se entregar às autoridades locais.
Mesmo foragido, Zé Trovão continua gravando vídeos contra o Supremo. Nos vídeos, ele pede que caminhoneiros bloqueiem rodovias e que empresários fechem as empresas para "irem às ruas" e "salvar nosso Brasil". Ele nega apoiar Bolsonaro, mas, proteger a "família brasileira" e os "bons costumes".
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