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Lula, além de livre, é um homem inocente, diz Gleisi Hoffmann

Colaboração para o UOL

13/09/2021 13h28

A deputada federal e presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou, em entrevista ao UOL News, que o arquivamento de mais uma investigação contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, agora por suposto tráfico de influência, comprova que, hoje, além de ser um homem livre, o petista também "é inocente".

Mais cedo, a juíza federal Maria Carolina Ayoub, da 9º Vara Federal de São Paulo, determinou o arquivamento de investigação contra Lula por suposto tráfico internacional de influência para favorecer a empreiteira OAS. O inquérito foi aberto a partir da delação premiada do ex-presidente da empresa, Léo Pinheiro, no âmbito das investigações da Lava Jato.

Na entrevista, a parlamentar comemorou a décima nona investigação arquivada contra o ex-presidente, e destacou que esse é um fato "muito importante". Ainda, ela aproveitou para criticar o uso de delações "sem critérios" e "sem provas" usadas pelos investigadores da operação Lava Jato para "perseguir" o PT e seu principal nome, Lula.

"Isso é muito importante para mostrar o que foi feito durante todo esse processo, a falta de seriedade nas denúncias apresentadas, o uso de delações sem critérios, sem provas. Mostra que toda luta que fizemos pela liberdade de Lula foi importante, e o [arquivamento] agora comprova não haver fundamento [nas denúncias], e hoje o Lula além de estar livre é um homem inocente", declarou.

A deputada disse também acreditar que o ex-presidente será inocentado em outro processo ainda em andamento na justiça referente à compra de caças suecos, pois "não há base nem provas". "Foram processos colocados naquela onda do lavajatismo, perseguição do Lula, e do PT", completou.

19º nona denúncia arquivada

Hoje, a juíza federal Maria Carolina Ayoub, da 9º Vara Federal de São Paulo, atendeu pedido da defesa de Lula e arquivou investigação referente a suposto tráfico internacional de influência para favorece a empreiteira OAS. Ao acatar a solicitação dos advogados do petista, a magistrada destacou não haver elementos para continuar investigação e que os crimes imputados ao político já teriam prescrito em razão da idade dele, atualmente com 75 anos.

"No tocante a todos os crimes imputados, em tese, ao investigado Luiz Inácio Lula da Silva verifica-se que já decorrido o prazo prescricional da pretensão punitiva estatal. Isto porque todos possuem prazo prescricional de doze anos, nos termos do artigo 109, inciso III, do Código Penal. E como é notório o fato do investigado Luiz Inácio Lula da Silva possuir mais de setenta anos, o prazo passa a ser de seis anos", escreveu ela.

Decorridos mais de seis anos entre a data dos fatos (2011) e o presente momento, constata-se a prescrição da pretensão punitiva estatal de todos os delitos aqui investigados em relação a Luiz Inácio Lula da Silva Trecho da decisão da juíza Maria Carolina Ayoub

"Declaro extinta a punibilidade do investigado Luiz Inácio Lula da Silva" e "determino o arquivamento do feito", escreveu ainda a juíza.

Na semana passada, o juiz Frederico Botelho de Barros Viana, da 10º Vara Federal de Brasília, já havia acolhido um outro pedido da defesa do ex-presidente para trancar ação penal na qual ele era investigado por suposto caso de corrupção em troca do aumento do limite da linha de crédito da Odebrecht junto ao BNDES para financiamento da exportação de bens e serviços entre Brasil e Angola.