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'Não tenho medo de doença alguma', diz Serra após diagnóstico de Parkinson

Serra contou estar se dedicando ao tratamento, que inclui remédios, exercícios e sessões de fisioterapia - Pedro França/Agência Senado
Serra contou estar se dedicando ao tratamento, que inclui remédios, exercícios e sessões de fisioterapia Imagem: Pedro França/Agência Senado

Do UOL, em São Paulo

15/09/2021 14h19Atualizada em 15/09/2021 16h52

Licenciado desde o mês passado para tratamento médico da doença de Parkinson, o senador José Serra (PSDB-SP), 79 anos, disse não temer nenhuma doença e que pretende se recandidatar ao cargo.

Em entrevista ao jornal O Globo, Serra contou estar se dedicando ao tratamento, que inclui remédios, exercícios e sessões de fisioterapia. Ao saber do diagnóstico, o tucano disse que a primeira coisa que lhe passou pela cabeça foi se tratar.

Segundo ele, o medicamento prolopa é "impressionantemente eficaz" e em pouco tempo já fez efeito nos tremores

"Fui ministro da Saúde e, por incrível que pareça, não entendo de medicina. Entendo como organizar ações em função da saúde. Mas sei muito bem que tem tratamento bom para o Parkinson quando diagnosticado no início", explicou.

Serra contou que descobriu o Parkinson ao ver tremores na mão. "Percebi na hora. Não foi repentino, isso aconteceu aos poucos. Começou no início desse semestre. Procurei os médicos e eles confirmaram o diagnóstico."

Ele disse ainda que não se emocionou ao receber a notícia. "Me emocionei com a morte do João Sayad [economista e ex-ministro do Planejamento, morto na semana passada]. Ontem fui à missa de sétimo dia dele, a Igreja lotada. Ele era uma pessoa com muitos amigos, muito estimada", acrescentou o parlamentar.

Serra também relatou não ter sentido medo quando foi diagnosticado com a covid-19. Ele chegou a ser internado preventivamente em junho por causa da doença, mas não apresentou sintomas.

Não cheguei a ter sintomas da infecção. Mas mesmo se tivesse não teria tido medo. Quando eu era adolescente peguei gripe asiática. Quando morei no Chile, tive tifo. E no caso do tifo, 10% dos infectados têm recaída. Eu tive. Não tenho medo de doença alguma. Um dos ensinamentos interessantes que tive na vida veio de um médico. Quando eu estava com uns 5 anos de idade, tive que tirar as amídalas e naquela época era com alicate, um procedimento bruto. Ele me falou: tudo ficará bem, você vai poder tomar sorvete à vontade depois. Ele tinha razão, tudo ficou bem José Serra em entrevista ao jornal O Globo

Sobre a decisão de pedir licença do Senado, o parlamentar disse que foi algo tomado em conjunto com os médicos para que ele possa se dedicar o máximo possível ao tratamento.

Segundo ele, sua rotina é "absolutamente normal", com exceção das viagens a Brasília. "Cuido da minha saúde, leio muito e tenho reuniões de trabalho com minha equipe."

Serra disse que nunca saiu da política e que só não está no cargo para cuidar da saúde. "Penso no discurso que farei para compensar a minha ausência, marcar a minha posição, com perspectivas para o ano que vem" e que daqui alguns anos se vê "militando".

Questionado se vai se recandidatar ao Senado, ele respondeu: "Não duvide disso".

Errata: este conteúdo foi atualizado
Uma versão anterior deste texto trazia um erro no terceiro parágrafo no nome do medicamento usado por Serra, que se chama prolopa. A informação foi corrigida.