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Luciano Hang pode ser processado porque mentiu, diz senador Humberto Costa

Colaboração para o UOL

22/09/2021 19h34

Em entrevista ao UOL News, o senador Humberto Costa (PT-PE) afirmou que o empresário Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan e apoiador do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), pode ser investigado pela CPI da Covid por ter mentido sobre sua mãe não ter feito uso do chamado tratamento precoce.

Durante o depoimento de hoje do diretor-executivo da Prevent Senior, Pedro Benedito Batista Júnior, o relator da comissão, Renan Calheiros (MDB-AL), afirmou que a mãe do empresário, Regina Modesti Hang, foi tratada com cloroquina durante internação em hospital da operadora de saúde, mas que o uso da medicação foi escondido a pedido do filho.

Costa, que é membro titular da comissão, cobrou que as denúncias apresentadas sobre a Prevent Senior sejam investigadas pelo CFM (Conselho Federal de Medicina).

"É uma denúncia muito grave, não só contra o hospital, mas se for verdade essa questão do Luciano Hang, e não sei como vamos tratar isso porque, a rigor, realmente não se poderia exibir cópia de atestado de óbito [da mãe dele], mas a depender de como vamos tratar essa questão, o próprio Luciano Hang pode ser processado porque mentiu", apontou.

Durante a sessão, o senador Renan Calheiros apresentou vídeo de Luciano Hang afirmando que a mãe não fez uso de medicação para tratar a covid-19.

No entanto, a comissão recebeu um dossiê elaborado por 15 médicos que dizem ter trabalhado para a Prevent Senior e indicando que a declaração de óbito da mãe do empresário "foi fraudada". A informação foi revelada em reportagem do jornal O Estado de S.Paulo.

Nos documentos, consta que Regina Modesti Hang tomou hidroxicloroquina, azitromicina e colchicina antes de ir ao hospital da Prevent Senior. Depois, teria recebido ivermectina e tratamentos experimentais.

Na avaliação do senador Humberto Costa, há elementos suficientes para investigar a operadora por crimes cometidos durante a pandemia de coronavírus.

"A falsificação dos atestados de óbitos também é um crime contra a saúde pública. É óbvio que uma pessoa que se internou com covid e, a partir daí o quadro se agravou e ela precisou ser intubada, a morte foi de insuficiência renal ou AVC, por exemplo, mas essas são as causas imediatas. A causa básica foi a covid."