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Maria do Rosário: 'Manifestações não serão focadas em números'

Colaboração para o UOL

01/10/2021 14h05

A deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) afirmou que as manifestações programadas para acontecer amanhã em várias cidades do Brasil contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) "não serão focadas em números" de participantes. Em entrevista ao UOL News, a parlamentar avaliou que os atos "têm um símbolo importante", sobretudo pelo foco na defesa da democracia e por unirem diversos partidos em uma "aliança".

"As manifestações têm um símbolo importante. Não podemos prever o tamanho, mas elas estão convocadas por um espectro mais amplo e fazem uma interação dos que querem a democracia no Brasil", declarou. "Não quero arriscar números, dizer que será grande, até porque ainda estamos em uma pandemia e muitas pessoas não têm dinheiro para pagar passagem", completou.

No UOL News, a parlamentar, ao ser questionada se o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também participará dos atos, contou não saber se ele comparecerá, mas disse ter certeza que ele "apoia" e "reconhece" os atos.

Para a deputada, as atuais circunstâncias dos ataques feitos pelo governo à democracia não se dão apenas nas investidas contra os demais poderes, notadamente o STF (Supremo Tribunal Federal) e o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), mas também no aspecto social, com o empobrecimento da população e o aumento da miséria.

"[Temos hoje] 110 milhões de pessoas em insegurança alimentar, não há um governo para produzir a mediação que leve ao desenvolvimento de todo o Brasil. Está se naturalizando a morte, a exclusão e a fome, e esses são aspectos que atingem tanto a democracia quanto os ataques institucionais. A democracia está em risco pela alta de inflação, alta de combustível, abandono social e quase 600 mil mortos pela covid-19", ponderou.

Segundo Maria do Rosário, Jair Bolsonaro "não tem apenas uma crise", mas, sim, "criou um projeto que nos levou a essa realidade". Portanto, diz a deputada, as manifestações simbolizam a criação de união ampla para barrar a atual gestão, que está "nos levando a uma condição que põe em risco o futuro do país".

Por fim, ela defendeu o impeachment de chefe do Executivo Federal e criticou o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), por ignorar os mais de cem pedidos de afastamento do mandatário. A deputada afirma haver claros indícios de crimes de responsabilidades cometidos pelo presidente e pontua ser um direito dos parlamentares analisarem a deposição ou não de Jair Bolsonaro.

"Bolsonaro não pode simplesmente chegar ao processo eleitoral sem que tenhamos analisado os pedidos de impeachment. Arthur Lira tem agido de forma inadequada. [Ele] precisa garantir à Casa o direito de analisar o impedimento", completou, destacando que o afastamento do mandatário significaria a retirada de um "um governo fascista" do comando do país.