Topo

Esse conteúdo é antigo

PSDB-SP: Doria segue nas prévias e fala sobre desistir é descontextualizada

O Governador do Estado de São Paulo João Doria acompanha a entrega de doses da vacina CoronaVac contra a covid-19 para o PNI - Sergio Andrade/Governo de São Paulo
O Governador do Estado de São Paulo João Doria acompanha a entrega de doses da vacina CoronaVac contra a covid-19 para o PNI Imagem: Sergio Andrade/Governo de São Paulo

Do UOL, em São Paulo

05/10/2021 09h19Atualizada em 05/10/2021 09h43

Marco Vinholi, presidente do PSDB-SP, declarou que o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), segue nas prévias do partido em busca de ser o nome da sigla para disputar as eleições presidenciais de 2022.

O presidente do partido também explicou que a frase dita pelo político sobre desistir de ser candidato para beneficiar a terceira via, que ainda não definiu um representante para o próximo ano, foi "descontextualizada".

Em entrevista à Veja, o governador afirmou que pode desistir de ser candidato a presidente se for para beneficiar a terceira via, que ainda não definiu um representante para o próximo ano. "Se ficarmos fracionados, não teremos uma terceira via. Teremos Lula ou Bolsonaro sucedendo a esse governo, o que seria um desastre."

Doria também disse entender que "o Brasil não vai resistir" se Lula (PT) ou Jair Bolsonaro (sem partido) assumirem a presidência em 2023.

Todos nós que somos pré-candidatos temos que ter a humildade de abrirmos mão, se necessário, em torno de um nome que possa ser vencedor.
João Doria, governador de SP, em entrevista à Veja

Apesar das frases, Vinholi foi incisivo ao declarar que a "fala do governador João Doria sobre as prévias foi descontextualizada" e ressaltou que a próxima prévia será a terceira da carreira política do chefe do Executivo estadual.

"João Doria disputa a terceira eleição prévia de sua carreira política. Foi vencedor das duas anteriores e decidiu concorrer a mais uma para vencer, como faz com todos os projetos que se dispõe a realizar."

O presidente da sigla paulista também explicou que Doria continua a sua agenda de disputa das prévias.

"O governador João Doria continuará percorrendo o Brasil aos finais de semana e fora do horário de expediente com o propósito de ouvir a militância da legenda, entender as necessidades de cada região e compartilhar com lideranças do PSDB e seus filiados as propostas para que o Brasil volte a ser um país economicamente pujante e socialmente mais justo, como tem feito no Estado de São Paulo", informou Vinholi.

Prévias

Viradas de casaca e traições têm movimentado a disputa entre os governadores Eduardo Leite (RS) e João Doria (SP) nas prévias do PSDB para a Presidência da República, marcadas para 21 de novembro.

Nas últimas duas semanas, o gaúcho tem ganhado apoios dentro do partido, inclusive entre grupos que já haviam prometido votar em Doria no pleito interno. Com equipe reforçada, o Palácio dos Bandeirantes tem contra-atacado e recuperado espaço no Nordeste.

O ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio (PSDB-AM) também disputa a indicação do partido para ser o candidato tucano à Presidência em 2022.

Na semana passada, o PSDB do Paraná declarou apoio "total e irrestrito" à campanha de Leite. A notícia pegou a equipe de Doria de surpresa. Próximo do ex-governador Beto Richa (PSDB-PR), principal nome do partido no estado, o paulista contava com o apoio do diretório paranaense, mesmo que alguns deputados se juntassem a Leite.

Este movimento não está isolado e chama atenção no Palácio dos Bandeirantes. Mesmo com o apoio de todos os deputados paulistas e do diretório estadual de São Paulo, liderado por Marcos Vinholi, secretário de Doria e principal articulador da pré-campanha no estado, alguns diretórios municipais, como o de Ribeirão Pires, têm liberado seus filiados para apoiar o gaúcho.

Em seu estado, Doria sofre oposição interna do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), com quem rompeu em 2018. Lideranças do PSDB dizem que Alckmin não esconde o descontentamento com a escolha de Doria em filiar e lançar seu vice, Rodrigo Garcia (PSDB), como sucessor ao governo paulista, e trabalha, nos bastidores, como apoiador de Leite, embora não trate das prévias publicamente.

Na capital, o vereador Xexeu Tripoli (PSDB) também iniciou abertamente um movimento pró-Leite na última sexta-feira (1º). Líder do PSDB na Câmara Municipal, ele conta que o pré-candidato do Rio Grande do Sul passou duas horas no seu gabinete "falando sobre seus projetos".

Em agosto, FHC chancelou o apoio ao governador paulista. Em entrevista coletiva no mesmo dia, Doria disse que o encontro "é natural". "O presidente FHC não só se pronunciou, como fez isso duas vezes em vídeos e, neles, manifestou seu apoio ao nosso nome", declarou. Tasso, por sua vez, garante que ele e o ex-presidente "votarão juntos" — em Leite.

*Com informações de Lucas Borges Teixeira, do UOL, em São Paulo