Alesp vota hoje urgência de abertura de CPI para investigar Prevent Senior
A Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) vota hoje o regime de urgência para abertura da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a Prevent Senior, acusada por ex-funcionários de submeter pacientes a experiências com o "kit covid" —conjunto de medicamentos ineficazes contra a doença— sem o conhecimento das famílias, no estado.
A medida foi acertada no Colégio de Líderes na última segunda (4). O pedido de CPI foi assinado por diversos partidos, da esquerda à direita, como PT, NOVO, PSOL, PSB, PL, MDB, PCdoB, Podemos e Rede. Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) devem obstruir.
O objetivo da urgência é acelerar o trâmite do projeto de resolução proposto para criar a CPI. Caso seja aprovada, a análise das comissões poderá ser feita conjuntamente, de uma única vez, sem ter de passar pelo trâmite comum, e a discussão ser levada a Plenário em poucos dias. Na votação geral, precisa de maioria simples (48 deputados) para ser instalada.
Bolsonaristas e parte dos opositores ao governador João Doria (PSDB) já anteciparam que tentarão obstruir a votação. "Vamos derrubar e obstruir de todas as maneiras possíveis", afirmou o deputado Coronel Telhada (PP-SP).
Parlamentares da oposição acreditam que a estratégia não deve prosperar. "Eles têm uma tese que a gente discorda, de apoio a procedimentos que não foram reconhecidos pela ciência e que para a gente não faz sentido, e que foram adotados por esse hospital que pode ter colocado em risco muita gente", disse ao Estadão o líder do governo na Casa, Vinícius Camarinha (PSB).
Investigação na CPI da Covid
A Prevent Senior também é alvo da CPI da Covid, no Senado Federal. Um dossiê entregue aos parlamentares apontou, inclusive, a existência de supostos atestados de óbitos fraudados, de forma a omitir mortes por covid.
A empresa nega as acusações. Na semana passada, em depoimento na CPI do Senado, a advogada Bruna Morato —representante de 12 médicos da Prevent Senior —relatou que os médicos da operadora não tinham autonomia e que pacientes, incluindo aqueles com comorbidades, recebiam um "kit covid" com "receita pronta" para tratamento da doença.
Bruna ainda relatou um "pacto" entre o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) e a Prevent Senior para a defesa de medicamentos ineficazes contra a covid. A rede produziria informações para convergir com a teoria de tratamento precoce.
"Havia um interesse inicial, vinculado ao governo federal, de que o Brasil não podia parar. A população geral ouviria a palavra 'prevenção' e teria coragem de sair na rua. Ainda que doentes, pessoas teriam esperança de que não iriam falecer daquilo", afirmou a advogada em depoimento na CPI.
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