Moraes prorroga inquérito que apura se Bolsonaro interferiu na PF
O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), prorrogou por mais 90 dias o inquérito que investiga se o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tentou interferir politicamente na Polícia Federal.
Segundo a decisão do ministro, o novo período começa a contar a partir do encerramento do prazo final anterior, que era o dia 27 de outubro. No documento, Moraes diz considerar "a necessidade de prosseguimento das investigações e a existência de diligências em andamento".
Aberta em abril de 2020, a investigação foi motivada por denúncias do ex-ministro da Justiça Sergio Moro. O prazo do inquérito já foi prorrogado várias vezes, sendo a última em julho deste ano.
Na última quinta-feira (7), inclusive, Moraes determinou que a PF tome depoimento do presidente em até 30 dias. Segundo o documento enviado ao STF, Bolsonaro se ofereceu para falar presencialmente "no intuito da plena colaboração com a jurisdição dessa Suprema Corte".
Abertura de inquérito
O inquérito sobre a suposta interferência do presidente Jair Bolsonaro na PF foi aberto pelo STF, atendendo ao pedido foi feito pela PGR (Procuradoria-Geral da República) após declarações de Moro, que acusou Bolsonaro de ter trocado o comando da instituição para ter acesso a investigações.
As declarações do ex-ministro foram feitas ao deixar o ministério da Justiça. Segundo Moro, o estopim para sua saída da pasta foi a demissão do delegado Maurício Valeixo, que havia sido escolhido por ele para a direção-geral da corporação.
Em maio de 2020, quando prestou depoimento no âmbito do inquérito, Moro afirmou que Bolsonaro "pediu" a ele o controle da superintendência da PF no Rio de Janeiro, que tem apurações que esbarram no presidente e em sua família. O presidente, porém, sempre negou as acusações.
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