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CPI: Renan defende adiar relatório e indica falta de maioria para aprovação

O senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da Covid - Pedro França/Agência Senado
O senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da Covid Imagem: Pedro França/Agência Senado

Do UOL, em São Paulo

17/10/2021 17h18Atualizada em 17/10/2021 17h35

O senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da Covid, defendeu o adiamento da leitura e da votação do seu relatório, o que estava previsto para começar na terça-feira (19). O parlamentar sinalizou que ainda não está formada uma maioria no colegiado para que o documento seja aprovado.

O novo calendário ainda não foi divulgado, mas o presidente da CPI, senado Omar Aziz (PSD-AM), indicou que a tendência é que o texto seja lido na quarta (20) e votado na semana seguinte.

Em entrevista ao canal GloboNews, o senador argumentou que quanto mais tempo ele tiver para conversar com os colegas, melhor. Renan também voltou a criticar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que deve ser indiciado por 11 crimes.

"Se tiver um dia a mais, é muito melhor para o relator do que um dia a menos, porque vou ter mais tempo de comentar com os companheiros", afirmou Renan.

De acordo com o planejamento inicial, o relator começaria a leitura do relatório na terça. A expectativa era, após vista de um dia, realizar a votação do texto na quarta-feira (20).

A disposição de todos nós é conversar um pouco mais, discutir um pouco mais para que o relatório seja da maioria. Vamos ouvir o ponto de vista de cada um, mas eu vou colocar o ponto de vista do relator a partir da investigação e das provas e do entendimento desses juristas que continuam colaborando."
Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da Covid

Há opinião majoritária entre os membros do chamado G7, grupo que reúne parlamentares da oposição os independentes que são críticos do governo Bolsonaro, de que existe um "timing" político a ser respeitado pela CPI.

Por esse motivo, o melhor cenário, de acordo com esse entendimento, seria acelerar a conclusão dos trabalhos, a fim de cobrar do Ministério Público Federal uma resposta às sugestões de indiciamento que constarão no relatório.

"Nós não estamos condenando ninguém, não estamos julgando ninguém, estamos pedindo a continuidade dessa investigação. O nosso papel é o papel do inquérito. Uma coisa é julgarmos outra é mandar que a investigação continue", defendeu o relator, sobre o trabalho da CPI.

O documento deve sugerir ao MPF e ao Ministério Público de estados como São Paulo e Distrito Federal o indiciamento de mais de 40 pessoas, entre os quais o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por pelo menos 11 crimes --por ação e/ou omissão-- durante a pandemia.

"O presidente tem direito de ser troglodita? Tem, faça o que ele quiser. Mas, se ele quiser continuar ser troglodita, ele vai ter que ser responsabilizado, sim. Trezentas mil mortes poderiam ter sido evitadas. É óbvio que, se alguém tem que ser responsabilizado, é o presidente da República. Ele não cumpriu seu dever de agir e seu dever de fazer", concluiu Renan.