Holiday vai pedir cassação de vereador do PSOL após ofensa de assessor
O vereador Fernando Holiday (Novo-SP) disse que vai pedir a cassação de seu colega, vereador professor Toninho Véspoli (PSOL-SP), após suposto xingamento feito pelo assessor dele, Ivan Ferreira Carvalho, ocorrido durante discussão de proposta sobre a Reforma da Previdência, na Câmara municipal, na noite da última quarta-feira (13).
Inicialmente, Holiday acusou Ferreira Carvalho de promover injúria racial e chamá-lo de "pretinho de merda". Véspoli, por sua vez, negou a acusação contra seu funcionário e disse que a frase utilizada na ocasião foi "cretino de merda". Ambos apresentaram vídeos com versões diferentes. (Assista aos dois vídeos acima)
Nas redes sociais, o vereador e ex-integrante do MBL (Movimento Brasil Livre) anunciou que vai pedir a cassação de Véspoli sob a justificativa do político do PSOL ter liberado seu assessor durante o horário de trabalho e, segundo ele, "para lhe ofender na galeria do plenário".
Não vai ficar barato. Fernando Holiday, nas redes sociais
Em nota enviada ao UOL, a assessoria do vereador Véspoli diz que Holiday mente ao criar a suposta injúria racial e que, agora, tenta criar uma "cortina de fumaça". O comunicado diz ainda que Holiday gosta de fazer a "política do espetáculo" e que o pedido de cassação não tem nenhum embasamento.
"O vereador Fernando Holiday tenta criar uma cortina de fumaça. Ele mente quando cria a suposta injúria racial e imputa crime inexistente a um militante. Holiday busca desviar a atenção e sufocar a luta da oposição contra o projeto de Reforma da Previdência municipal, o Sampaprev 2. Holiday gosta da política do espetáculo, faz show para conquistar likes nas redes sociais. O pedido de cassação não tem nenhum embasamento, basta ver a dificuldade do vereador defender a minha cassação na coletiva de imprensa."
Afastamento e pedido de investigação
Ivan Ferreira Carvalho, que também é professor de carreira na rede municipal de São Paulo, foi afastado das funções as quais trabalha há cerca de dois meses no gabinete de Véspoli até que a investigação seja concluída, conforme informou o vereador psolista à reportagem, na semana passada.
A primeira coisa que fizemos foi pedir em ofício junto à presidência da Câmara a apuração do caso e o afastamento do servidor até o fim da investigação. Somos o maior interessado nessa apuração. Eu soube [do caso] quando Holiday falou na internet. Não me manifestei antes porque fui procurar saber o que aconteceu. Me manifestei agora porque me sinto mais à vontade. Agora tenho provas: tanto de pessoas pessoas próximas quanto o vídeo [em que ele aparece falando supostamente cretino]
Após apuração concluída, e caso fique comprovada a falsa acusação, Toninho disse não descartar a possibilidade de processar Holiday.
Sim [podemos entrar com processo], mas esperamos a averiguação e o inquérito policial. E [se confirmar a falsa acusação] o Holiday vai pagar o preço de querer like, audiência na internet, porque é isso que o MBL e o Holiday fazem. A falsa acusação tem consequências na vida dele, do Ivan.
Ao UOL, a assessoria de Holiday disse que registrou um boletim de ocorrência para que a Polícia Civil investigue, também com base nos dois vídeos apresentados até agora.
Na hipótese de o funcionário não ter se referido a mim de maneira racista, ele ainda assim me ofendeu e estava recebendo salário para ofender vereadores da galeria. Aí está, portanto, uma má utilização do dinheiro público em todas as hipóteses. Há ali um ato do vereador que permitiu que o seu funcionário estivesse ali ofendendo outros vereadores por conta dos seus posicionamentos Holiday em nota enviada ao UOL
Abertura de sindicância
O presidente da Câmara de Vereadores de São Paulo, Milton Leite, pediu a instauração de uma sindicância para investigar se funcionário da Casa ofendeu (ou não) o vereador Fernando Holiday com fala racista. A investigação terá 30 dias para apurar o episódio.
"As exatas palavras da ofensa não mudam que a fala é uma clara agressão ao vereador Holiday, feita por um funcionário que ganha dinheiro público para trabalhar pelo povo. Se houve ofensa racial é pior ainda. Não admitiremos nada disso aqui nesta Casa", disse o presidente Milton Leite.
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