Bolsonaro compara CPI à Comissão da Verdade: 'Historinha de fantasia'
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) comentou hoje o relatório final da CPI da Covid, dizendo que não discutiria "historinhas de fantasia" e comparando as conclusões do colegiado à Comissão da Verdade —grupo que investigou violações de direitos humanos entre 1946 e 1988, período que abrange a ditadura militar.
"O governo está com a consciência tranquila do que nós fizemos, me acusam aí de 11 crimes... não vou discutir uma historinha de fantasia desses caras, parece até a Comissão da Verdade do PT, que fez no passado", declarou ele durante a transmissão ao vivo semanal nas redes sociais.
O texto do relator Renan Calheiros (MDB-AL) sugere que Bolsonaro seja investigado e responsabilizado por nove crimes — entre eles, os previstos no Código Penal, com pena de prisão e/ou multa, crimes contra a humanidade e crimes de responsabilidade, que podem resultar em impeachment.
Reportagem do UOL mostra que, somadas, as punições previstas pelo Código Penal nos crimes comuns imputados a Bolsonaro poderiam chegar a quase 40 anos, em caso de pena máxima. Em hipótese de pena mínima, o mesmo cálculo levaria a pouco mais de 20 anos de detenção.
A CPI não tem poder para punir, mas pode sugerir indiciamentos para o Ministério Público Federal e demais instâncias competentes. O relatório ainda será votado pelos membros da comissão na semana que vem.
Esta não é a primeira vez que o presidente questiona a Comissão da Verdade. Em 2019, ele já havia chamado de "balela" documentos que registram assassinatos cometidos por agentes do regime militar.
A Comissão da Verdade foi criada em 2011, durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff, e extinta em 2014. O relatório final concluiu que a tortura, a violência, os desaparecimentos e outras práticas caracterizam crimes contra a humanidade, e apontou 377 responsáveis pela repressão.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.