Morre Geraldo Brindeiro, ex-PGR, vítima de complicações da covid
Morreu hoje, aos 73 anos, o jurista Geraldo Brindeiro, ex-procurador-geral da República durante quase a totalidade do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Ele foi vítima de complicações da covid-19, segundo a Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR).
Brindeiro foi indicado por FHC como procurador-geral da República em 1995, no primeiro ano de governo do tucano, e teve o mandato renovado por três vezes, ficando no posto até 2003, no início do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Doutor em Direito pela Universidade de Yale (EUA), antes de ocupar o posto de procurador-geral, Brindeiro também atuou como vice-procurador-geral eleitoral entre 1990 e 1994.
"Perdemos um valoroso colega, um homem que devotou a vida ao Ministério Público. Geraldo Brindeiro foi um incansável defensor da independência funcional, a própria e a dos colegas", lamentou Augusto Aras, atual PGR, em nota.
O presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), Humberto Martins, também lamentou a morte de Brindeiro, dizendo ter recebido "com muita tristeza a notícia". "Que Deus possa confortar a família e os amigos neste momento de perda", disse.
Durante o período em que permaneceu no cargo de PGR, Brindeiro foi apelidado por críticos como "engavetador-geral", dado em decorrência do fato de, durante a gestão dele, a procuradoria ter segurado e arquivado inúmeros inquéritos e representações contra FHC e aliados.
Entre arquivamentos e engavetamentos, em 1997 Brindeiro não acolheu representações que apontavam um suposto esquema de compra de votos na votação no Congresso da emenda que possibilitou a reeleição de FHC, não oferecendo denúncias ao STF (Supremo Tribunal Federal).
Em setembro do ano passado, em artigo publicado nos jornais O Estado de S. Paulo e O Globo, FHC disse que a emenda que permitiu a reeleição foi um erro. Ainda assim, ele tratou como improcedentes as acusações de que havia comprado votos no Congresso.
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