Podemos anuncia filiação de Moro; "vida pública" tira ex-juiz de empresa
A empresa de consultoria Alvarez & Marsal anunciou oficialmente hoje a rescisão do contrato com o ex-juiz Sergio Moro. Em nota, obtida em primeira mão pelo UOL, a Alvarez & Marsal disse que "não mantém profissionais que tenham uma vida pública". Moro deixa a empresa para se filiar ao Podemos. A expectativa no partido é que ele seja candidato a presidente da República.
O Podemos já anunciou para as 9h de 10 de novembro a filiação de Moro, ex-ministro do governo Jair Bolsonaro (sem partido). O evento acontecerá em Brasília, de acordo com o partido, que esperava apenas a oficialização do fim do contrato de Moro para divulgar a data do ato de filiação.
Na divulgação do evento, com uma foto de Moro, o Podemos diz: "Juntos, podemos construir um Brasil justo para todos".
Segundo a Alvarez & Marsal, "em comum acordo", tanto a empresa quanto Moro "decidiram por não mais estarem ligadas profissionalmente". "Hoje, os objetivos entre ambos são distintos. Ademais, a A&M não mantém profissionais que tenham uma vida pública."
A empresa reforçou que "a rescisão do contrato de trabalho que era mantido nos Estados Unidos, em condições não abertas, aconteceu de forma amigável." Procurado, Moro não se manifestou até o momento sobre o fim do contrato com a Alvarez & Marsal.
Previsto para ser encerrado apenas em outubro de 2022, o contrato de Moro com a consultoria foi válido até ontem.
Volta à política
No fim de setembro, Moro veio ao Brasil para conversas com membros do Podemos, que reafirmou o convite para a disputa presidencial.
Caso realmente aceite entrar na disputa pelo Planalto, ele teria pela frente não apenas Bolsonaro, cujo governo integrou até abril de 2020, mas também o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que foi condenado por Moro em processos da Operação Lava Jato. Em razão disso, Lula foi preso e ficou impedido de disputar eleições. Este ano, porém, o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu que Moro foi parcial na condução dos processos e anulou suas sentenças contra Lula, o que devolveu os direitos políticos ao petista.
Em pesquisa do PoderData, divulgada na última quarta-feira (27), Moro aparece com 8% das intenções de voto. Em terceiro lugar, ele fica atrás de Bolsonaro, com 28%, e Lula, 35%. No Podemos, a expectativa é que, caso haja confirmação da candidatura, Moro conseguirá dobrar o índice atual "facilmente" nas pesquisas de intenção de voto.
Em razão do contrato com a Alvarez & Marsal, Moro não podia fazer manifestações que fossem além de temas ligados à sua atuação na empresa. Suas mensagens mais recentes em sua página no Twitter, por exemplo, tratam de temas como combate à corrupção e improbidade administrativa.
Agora, com o fim do contrato, o ex-juiz da Lava Jato fica liberado para fazer manifestações de olho na eleição de 2022. Ele, segundo fontes do UOL, inclusive, deve participar de eventos públicos com teor político já neste mês, como o Congresso do MBL (Movimento Brasil Livre).
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