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Eduardo Bolsonaro ironiza Moro e lembra que ex-juiz 'não seria candidato'

""Jamais serei candidato". Eis o outsider dos bumbuns gulosos", publicou Eduardo junto a uma foto de Moro - Frederico Brasil/Futura Press/Estadão Conteúdo
"'Jamais serei candidato'. Eis o outsider dos bumbuns gulosos", publicou Eduardo junto a uma foto de Moro Imagem: Frederico Brasil/Futura Press/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

10/11/2021 16h44Atualizada em 10/11/2021 19h18

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) ironizou hoje a filiação de Sergio Moro ao Podemos, lembrando que o ex-juiz, antes de se tornar ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro (sem partido), havia dito que "jamais" seria candidato a um cargo eletivo. A declaração foi feita por Moro em 2016, em entrevista a O Estado de S. Paulo.

"'Jamais serei candidato'. Eis o outsider dos bumbuns gulosos", escreveu Eduardo em uma rede social, citando um termo em inglês que se refere a pessoas que não pertencem a um determinado grupo — como Moro, que só começou a aparecer no noticiário político a partir da Operação Lava Jato.

Já seu irmão mais velho, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), não citou Moro nominalmente, mas publicou um tuíte fazendo referência a uma das pautas defendidas pelo ex-juiz: o fim do foro privilegiado. (Assista abaixo)

"Tenho a impressão que tem gente vindo candidato com o único intuito de usufruir o que dizem combater: 'foro privilegiado'. Sabem que isso não caminha, pois nunca teve consenso no Congresso. Assim, saem de moralistas em sua nova vida política escorada no método", disse Carlos.

O evento de filiação de Moro ao Podemos aconteceu pela manhã, em Brasília, marcando sua entrada oficial na política. Aos gritos de "Brasil para frente, Moro presidente", o ex-juiz fez um discurso de presidenciável — e, inclusive, foi tratado por parlamentares e outros presentes como "presidente".

Eu não tenho uma carreira política e não sou treinado na eloquência política. Mas se eventualmente não sou a melhor pessoa para discursar, posso assegurar que sou alguém que vocês podem confiar.
Sergio Moro, em evento de filiação

Moro também disse que o Brasil "não precisa de líderes com voz bonita, mas de alguém que ouça a voz do povo brasileiro", e defendeu o legado que deixou como juiz da Lava Jato. "Na época, todo mundo dizia que era impossível fazer isso, mas nós fizemos", afirmou.

Críticas reiteradas

Na segunda-feira (8), Eduardo Bolsonaro já havia publicado uma série de tuítes para atacar Sergio Moro, que pode ser candidato à Presidência em 2022. As postagens começam com o deputado chamando o ex-ministro de "velha raposa da política" e dizendo que ele se misturou com "essa política do vale-tudo para se chegar ao poder".

Depois, sobre a relação com Moro, Eduardo afirmou que foi "ingênuo" ao admirá-lo e pensar que ele não estaria à venda. "Pois é, meu compromisso não é com o erro, por isso digo que os tempos mudam e eu estava errado", escreveu, para depois chamar o ex-ministro de "arrogante".

Uma vez fora do governo, [Moro] passou a ter mais autonomia para criticar, aconselhar, se expressar. Mas o "homem da lei" permaneceu até hoje em absoluto silêncio, mesmo diante de diversas polêmicas jurídicas envolvendo tribunais. Já dizia Capitão Nascimento [personagem de "Tropa de Elite"]: "O sistema é foda, parceiro".
Eduardo Bolsonaro, no Twitter

(Com Estadão Conteúdo)