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Botelho: 'Moro repetiu mantras e se portou como velho político em filiação'

Do UOL, em São Paulo

10/11/2021 12h57Atualizada em 10/11/2021 14h02

O colunista do UOL Augusto de Arruda Botelho afirmou hoje, durante o UOL News, que o ex-juiz Sergio Moro (Podemos) se portou como um "velho político" em seu discurso de filiação à sigla, ocorrido na data de hoje. Confira a íntegra do discurso do ex-ministro do governo de Jair Bolsonaro (sem partido).

"[Moro] repetiu mantras e se portou como um velho político. Repetiu chavões, fez um discurso extremamente populista e da profundidade de um pires. Chegou até a falar que o Brasil é um país do futuro, quantas vezes nas últimas décadas nós ouvimos isso?", disparou o colunista.

Botelho declarou que o ex-ministro usa a Operação Lava Jato como uma "plataforma eleitoral" e foi acertada a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que apontou ex-juiz Sérgio Moro como parcial ao julgar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no processo do tríplex do Guarujá (SP).

A decisão da Corte, proferida em junho deste ano, por 7 votos a 4, confirmou uma decisão da Segunda Turma, de abril, que decretou a suspeição de Moro nesse caso, no qual o ex-presidente petista foi condenado em julho de 2017. Durante o seu discurso hoje, Moro citou a operação ao menos sete vezes.

Ele [Moro] usa a Operação Lava Jato já como plataforma eleitoral. O que mostra que o STF acertou ao dizer que além de ser incompetente, Moro sempre foi suspeito. Sempre julgou e tocou a Operação Lava Jato, além de estar cometendo uma série de ilegalidades com interesse pessoal e agora nós sabemos com interesse eleitoral.
Augusto de Arruda Botelho no UOL News

Para o colunista, Moro se esquece que já foi ministro do governo Bolsonaro e que ajudou a eleger o mesmo quando criticou a economia e o governo federal em seu discurso.

"[Moro] finaliza trazendo aqui o mantra por tanta vezes ditos por toda a Lava Jato, temos agora praticamente um partido da Lava Jato, o Moro, o [Deltan] Dallagnol, possivelmente Carlos Fernando Lima e até Diogo Castor, outros procuradores da força-tarefa da Lava Jato se lançando candidatos", começou.

E continuou: "Então, ele traz o mantra da lava jato de combate à corrupção. Que seu governo combaterá a corrupção. Vamos lembrar de uma coisa: juiz não combate a corrupção, assim como governo não combate a corrupção. Juiz, julga e governo fomenta, cria mecanismos para que a Polícia Federal e o Ministério Público Federal, esses sim, responsáveis por investigar todos os crimes, inclusive a corrupção, possam trabalhar".

Botelho ainda declarou que o próprio governo que Moro integrou está "desmantelando" a PF e o MPF e, em razão disso, a corrupção hoje em dia "a vem sendo menos investigada".

O colunista finalizou dizendo a sua opinião sobre a possível candidatura de Moro ao Palácio do Planalto.

"Moro é conhecido, isso ele tem a seu favor, mas um rosto com muita, muita rejeição, se eu pudesse apostar, Moro se lançará candidato, possivelmente nesse primeiro momento tentando uma presidência da República, mas no final dessa história o máximo, máximo que ele concorrerá é ao Senado Federal", concluiu.

Uma pesquisa eleitoral da Genial Investimentos e Quaest Consultoria divulgada hoje aponta que, no primeiro turno, o nome do ex-juiz Sergio Moro, aparece em terceira posição, empatado com Ciro Gomes (PDT), dentro da margem de erro.