Em congresso do MBL, Doria diz que pode abrir mão de candidatura por 3ª via
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB-SP), admitiu hoje (19) que poderia abrir mão da sua possível candidatura à Presidência da República em prol de um representante da terceira via mais forte. Às vésperas das prévias do PSDB —que acontecem no domingo (21)—, ele fala sobre a possibilidade pela segunda vez, após entrevista que deu à revista Veja, em outubro.
A declaração ocorreu no congresso do MBL, em São Paulo, logo depois de seu discurso. Ele foi questionado pela plateia —que defende uma terceira candidatura, para enfrentar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ou do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Doria evitou citar nomes de possíveis candidatos da terceira via, enquanto a plateia gritava "Moro" —em referência ao ex-juiz Sergio Moro, que se filiou recentemente ao Podemos. Ele não deu uma resposta direta, mas não descartou a possibilidade de apoiar outro nome na campanha eleitoral.
Não pode ter projeto individual para as eleições de 2022. O projeto tem que ser coletivo, pelo Brasil e pelos brasileiros. Não é o RG individual, é o RG coletivo. Nós temos que ter o candidato que seja viável para mudar o Brasil e que seja capaz de unir o Brasil, aglutinar o Brasil contra os extremos de Lula e Bolsonaro. Eu estarei ao lado do Brasil e dos brasileiros. Havendo uma candidatura fortalecida, é nela que nós todos temos que estar agregados.
João Doria, pré-candidato do PSDB à Presidência
Depois da resposta, Doria saiu do palco e foi aos bastidores cumprimentar seu adversário nas prévias do partido, Eduardo Leite (PSDB-RS), e o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta (DEM-SP).
Logo em seguida, à imprensa, ele tentou colocar panos quentes e disse ainda ser cedo para decidir abandonar a candidatura, mas seguiu sem recusar a ideia de se unir a uma "candidatura fortalecida".
"Nós temos que ter candidaturas convergentes na área do centro democrático liberal e diálogo. A partir de segunda [22], aquele que vencer as prévias do PSDB tem que ter a humildade de convidar outras lideranças e outros pré-candidatos para dialogar. Ainda há um longo caminho pela frente", disse o governador.
Com sonho antigo de ir ao Planalto, Doria sempre foi resistente a largar a candidatura, caso vença as prévias. Ele chegou a recusar uma proposta feita por Moro e Mandetta no fim de setembro, para apoiar o candidato da terceira via que estivesse mais forte nas pesquisas em abril do ano que vem.
À Veja, ele havia dito que, "se ficarmos fracionados, não teremos uma terceira via. Teremos Lula ou Bolsonaro sucedendo a esse governo, o que seria um desastre", afirmou o tucano. "Todos nós que somos pré-candidatos temos que ter a humildade de abrirmos mão, se necessário, em torno de um nome que possa ser vencedor."
À época, o presidente em São Paulo do partido, Marco Vinholi, havia rebatido a afirmação, dizendo que a fala havia sido "descontextualizada".
O 6º Congresso Nacional do MBL acontece na Mooca, zona leste de São Paulo, hoje e amanhã. Embora o grupo tenha se fortalecido enquanto organizava online manifestações políticas, não há Wi-Fi no local no evento.
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