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Ex-ministro de Bolsonaro apoia Moro e diz que presidente 'traiu eleitores'

General Carlos Alberto dos Santos Cruz, ex-ministro do governo Bolsonaro, declara apoio à candidatura de Sergio Moro - Pedro Ladeira/Folhapress
General Carlos Alberto dos Santos Cruz, ex-ministro do governo Bolsonaro, declara apoio à candidatura de Sergio Moro Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress

Do UOL, em São Paulo*

19/11/2021 08h53Atualizada em 19/11/2021 11h36

O general Carlos Alberto dos Santos Cruz, ex-ministro da Secretaria-Geral do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), declarou seu apoio à candidatura do também ex-ministro Sergio Moro (Podemos) ao Palácio do Planalto e disparou ataques contra o atual mandatário.

Em sua coluna no site My News, Santos Cruz escreveu que Bolsonaro se aproveitou do sentimento "anti-PT", segundo ele "criado pelo próprio partido", e usou o discurso de combate à corrupção para ser eleito. Mesmo com a eleição, o ex-ministro do atual governo disparou contra o presidente dizendo que ele "traiu os eleitores".

"No entanto, despreparado e irresponsável, traiu as expectativas, traiu os eleitores e traiu o que disse na campanha. É o símbolo da traição pessoal e institucional. Traiu o Brasil da mesma forma que, no dia 8 de setembro, traiu aqueles que acreditaram na fanfarronice alardeada no dia 7. Mais um descarado embuste político."

Santos Cruz disse achar "cômico" que algumas pessoas acreditam que o Brasil tem um líder "conservador-patriota-de direita". Para o general, patriota é "quem une o país e promove o respeito e o aperfeiçoamento das instituições e não um representante da escória política cujo linguajar é chulo e inaceitável".

"Patriotas são todos os cidadãos de bem nesse país. Populista não é de direita nem de esquerda. É simplesmente populista. Assim como Lula destruiu a esquerda, Bolsonaro está destruindo a direita", disparou o ex-ministro.

No início do mês, o general já havia criticado Bolsonaro e Lula. Ele afirmou à revista Veja que o bolsonarismo é o "petismo com o sinal contrário" e criticou a possível candidatura à reeleição do chefe do Executivo e do ex-presidente Lula (PT) nas eleições de 2022.

"Eu acho Moro uma grande opção pro Brasil, porque as duas candidaturas que estão aí na frente [de Bolsonaro e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva], com polarização de extremistas, já tiveram a sua oportunidade e se perderam na demagogia e no populismo. O Brasil não vai ganhar nada com uma campanha de extremos", disse à revista.

Na movimentação no xadrez político de 2022, Sérgio Moro pretende ampliar sua aproximação com os militares. O ex-juiz chegou a convidar generais para a cerimônia de sua filiação ao Podemos, ocorrida no último dia 10. Um dos convidados foi o general Santos Cruz.

Segundo Santos Cruz, Bolsonaro e Lula já tiveram suas oportunidades de comandarem o país e os brasileiros estão cansados do "show político que estamos vivendo" com a polarização política.

Na sua coluna, o general também criticou aqueles que chama de "fanáticos". "Os fanáticos, orientados por uma indústria de notícias falsas (fake news) sem escrúpulos, não hesitam em transformar o Brasil em um campo de ataques pessoais. Acabou a discussão de ideias."