Bolsonaro critica semipresidencialismo, defendido por Lira: 'Coisa idiota'
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse hoje, em conversa com apoiadores em frente ao Palácio do Alvorada, que a discussão sobre semipresidencialismo no Brasil é "idiota" e que não entrará em bate-boca sobre o tema.
Bolsonaro não fez referência a nenhum defensor do sistema e deu a sua opinião ao ser indagado de forma genérica por um apoiador.
Na semana passada, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), voltou a mostrar simpatia ao semipresidencialismo durante um evento em Lisboa.
"Tem certas coisas que são tão idiotas que não dá nem para discutir. Eu não vou começar a bater boca com ninguém sobre esse assunto, coisa idiota", disse Bolsonaro.
Apesar de o tema ter feito parte das discussões do IX Fórum Jurídico de Lisboa, organizado pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, não existe nenhuma movimentação em andamento para mudar o sistema político brasileiro.
Mesmo assim, o presidente disse que poderia reagir fora das quatro linhas da Constituição caso alguém busque implementar o semipresidencialismo, repetindo a expressão frequentemente usada para afirmar que atua dentro dos limites constitucionais e que nunca tentou planejar um golpe de Estado, como o acusam.
"Agora, eu falo que jogo dentro das 4 linhas, quem sair fora, também sou obrigado a combater o cara fora das 4 linhas", disse.
No evento em Lisboa, o ex-presidente Michel Temer também se mostrou favorável ao semipresidencialismo como forma de conter a instabilidade política do Brasil.
Já Dias Toffoli, do STF, segundo o site Poder 360, disse que já vê o Brasil com traços do semipresidencialismo, "com um controle de poder moderador que hoje é exercido pelo Supremo".
Bandeira de Lira
A proposta de semipresidencialismo prevê a eleição de um primeiro-ministro pelo Congresso que dividiria o poder com o presidente eleito, em uma mistura brasileira entre o presidencialismo e o parlamentarismo. A ideia foi defendida por Arthur Lira diversas vezes.
"A previsão de uma dupla responsabilidade do governo, ou de uma responsabilidade compartilhada do governo, que responderia tanto ao presidente da República quanto ao Parlamento, pode ser a engrenagem institucional que tanto nos faz falta nos momentos de crises políticas mais agudas" disse o presidente da Câmara no último dia 15, durante um seminário jurídico em Lisboa.
No início deste ano, Lira chegou a falar em apresentar uma proposta para adotar a ideia a partir de 2026, mas não foi adiante.
Bolsonaro acusou os defensores da proposta, sem citar nomes, de quererem "acobertar outras coisas".
"Por que lançam isso daí? Para acobertar outras coisas. O que muita gente está preocupada é que acabou a mamata", afirmou.
*Com informações da agência Reuters.
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