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Convite a Bolsonaro está feito, mas há regras, diz Aldinéa Fidelix, do PRTB

Jair Bolsonaro (e), Levy Fidelix (c) e General Hamilton Mourão durante convenção nacional do PRTB em São Paulo - Marcelo Chello/CJPress/Folhapress
Jair Bolsonaro (e), Levy Fidelix (c) e General Hamilton Mourão durante convenção nacional do PRTB em São Paulo Imagem: Marcelo Chello/CJPress/Folhapress

Colaboração para o UOL, em Alagoas

22/11/2021 09h56

A presidente do PRTB, Aldinéa Fidelix, confirmou que o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), foi convidado para se filiar à legenda e disputar o pleito presidencial de 2022 pelo partido, mas advertiu que, caso aceite, o chefe do Executivo Federal precisará seguir as regras da sigla.

Em entrevista ao O Globo, Aldinéa, que assumiu o comando do PRTB após a morte de seu marido, Levy Fidélix, em abril deste ano, explicou que o partido formalizou o convite à família Bolsonaro para filiação à legenda. Como forma de atrair o mandatário, ela ofereceu a ele a possibilidade de indicar de 70% a 90% dos candidatos aos governos estaduais e 90% dos pleiteantes ao Senado.

"O convite ao presidente está feito, mas têm regras aqui. O PRTB não é um partido de aluguel. O Fidelix sempre lançou candidato, como ele mesmo fez diversas vezes", declarou Aldinéa, que ver na filiação de Jair Bolsonaro uma oportunidade para superar a cláusula de barreira que impede os partidos nanicos, a exemplo de PRTB, de terem acesso aos fundos de recursos partidários.

Além de advertir Bolsonaro quanto a existência de regras internas que devem ser seguidas, a presidente do partido também afirmou que o político teria o controle de, no máximo, 50% do controle na tomada de decisões.

Bolsonaro pode se filiar ao PL

Sem partido desde que deixou o PSL em 2019, quando tentou, sem sucesso, criar uma legenda própria, o presidente Jair Bolsonaro pode se filiar ao PL para disputar as eleições em 2022.

Comandado pelo ex-deputado Valdemar Costa Neto, um dos nomes mais influentes do centrão, o político foi condenado e preso por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso conhecido como mensalão. A ida do presidente para o PL tem o apoio do senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), mas gerou ruídos nas redes sociais, pois, no pleito de 2018, Jair se elegeu com duras críticas ao centrão e ao que ele chamou de "velha política", simbolizada justamente pelo bloco. No começo do mês, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) apagou uma publicação de 2016 com críticas a Costa Neto.

Para o deputado federal Capitão Augusto (PL-SP) São Paulo pode ser um problema para o crescimento do partido em Brasília, e essa dificuldade seria refletida na ida de Jair Bolsonaro para a legenda.

"O Estado de São Paulo é talvez seja o maior problema, devido ao seu maior colégio eleitoral e devido ao PL ainda fazer parte do governo e caminhava para uma candidatura natural do atual vice, o Rodrigo Garcia. Com a vinda do presidente Bolsonaro, isso tem que ser revisto. O presidente tem toda razão, ele precisa de alguém que dê o palanque para ele, que trabalhe divulgando o nome dele", declarou à rádio Jovem Pan. Ontem, o PSDB anunciou a candidatura de Garcia ao governo do estado de São Paulo.

Capitão Augusto explicou que, pelos cálculos do PL, a sigla deve conseguir ao menos 60 parlamentares na Câmara dos Deputados com a entrada do presidente na legenda. É provável que apoiadores de Bolsonaro façam a mudança de sigla após a decisão do presidente.

"É uma estimativa bastante realista. Não é uma previsão otimista, é o que consideramos que é possível atingir. Isso fará do Partido Liberal o maior do Brasil, porque dificilmente qualquer outro partido vai conseguir eleger mais de 60 deputados federais", comentou.

Segundo o deputado, em entrevista à rádio Jovem Pan, Bolsonaro tem algumas exigências para se filiar ao partido, entre elas, que os políticos eleitos na sigla façam campanha eleitoral para ele. O chefe do Executivo deve se candidatar à reeleição em 2022.

"O que ele [Bolsonaro] quer é um palanque, em cada estado, de algum candidato das majoritárias, seja governador ou senador, fazendo campanha para ele como presidente. Isso que está sendo ajustado agora", pontuou.

Para o parlamentar, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, é um bom nome para concorrer ao governo do estado de São Paulo, no entanto, a chance maior é que ele concorra ao Senado Federal.

"O trabalho dele [Tarcísio Gomes de Freitas] como ministro é tão bom que ele pode se dar ao luxo de escolher estado que queira sair candidato, que será o favorito. Torço muito para que ele venha como candidato a governador em São Paulo."