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Sara Winter: recebi 'orientações' de Heleno para atacar o STF; general nega

Sara Winter, durante manifestação do grupo 300 do Brasil, em Brasília - Getty Images
Sara Winter, durante manifestação do grupo 300 do Brasil, em Brasília Imagem: Getty Images

Do UOL, em São Paulo

22/11/2021 11h12Atualizada em 22/11/2021 11h48

A ativista Sara Winter disse à revista IstoÉ, sem apresentar provas, que recebeu orientações do ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), general Augusto Heleno, para atacar o STF (Supremo Tribunal Federal) durante a ação do acampamento do seu movimento, o "300 do Brasil", em Brasília, no ano passado. O ministro negou as acusações de Sara.

"Ele [Augusto Heleno] pediu para deixar de bater na imprensa e no Maia [Rodrigo Maia, então presidente da Câmara] e redirecionar todos os esforços contra o STF", declarou. Segundo Sara, o ministro chamou-a até o Planalto para dar essas orientações.

O acampamento, que era a favor do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), tinha Sara Winter como porta-voz e foi fechado em junho de 2020.

À época, os manifestantes ficaram acampados por semanas na Esplanada dos Ministérios, por vezes mudando de local. Entre as pautas do grupo estavam o apoio ao presidente, pedido de saída dos presidentes da Câmara e do Senado à época e dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), além de apoiar uma intervenção militar (chamada por eles de "intervenção do povo").

Questionado pelo UOL, o GSI declarou que "o Ministro já se pronunciou em suas redes sociais". Na noite de ontem, o general escreveu no Twitter que as falas de Sara são "calúnias e acusações falsas".

Em junho de 2020, Sara foi presa pela PF (Polícia Federal) durante uma operação. As prisões foram decretadas pelo ministro do STF Alexandre de Moraes a pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República) no inquérito que apura manifestações de rua antidemocráticas. No mesmo mês, Moraes determinou a soltura da ativista com a exigência do uso de tornozeleira eletrônica.

Arrependimento em apoiar o governo

Na entrevista, Sara citou o arrependimento de apoiar o governo do presidente Bolsonaro. "Não tem mais como defender Bolsonaro. Mas se ele pedir para os bolsonaristas comerem merda, as pessoas vão comer."

Para a ex-bolsonarista, o governo e aqueles que o cercam "cooptam ou destroem" as pessoas com destaque na direita.

O governo Bolsonaro teve início em 1º de janeiro de 2019, com a posse do presidente Jair Bolsonaro (então no PSL) e de seu vice-presidente, o general Hamilton Mourão (PRTB). Ao longo de seu mandato, Bolsonaro saiu do PSL e ficou sem partido até filiar ao PL para disputar a eleição de 2022, quando foi derrotado em sua tentativa de reeleição.