Bolsonaro recebe medalha em meio a gritos de genocida e mito na Câmara
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) recebeu hoje a medalha Mérito Legislativo em meio a gritos de "genocida" e "mito", em cerimônia realizada na Câmara dos Deputados.
Ao ser condecorado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), Bolsonaro ouviu vaias de deputados opositores e aplausos de simpatizantes, seguido de coros com as palavras 'genocida' e 'mito'.
O chefe do Executivo recebeu a medalha por indicação do deputado federal e líder do PSL na Câmara, Vitor Hugo. A condecoração visa reconhecer o trabalho de autoridades, personalidades, instituições ou entidades que tenham prestado serviços relevantes ao Poder Legislativo ou ao Brasil.
Além de Bolsonaro, outras personalidades indicadas pelos parlamentares foram condecoradas. Primeiro a receber a medalha, Bolsonaro agradeceu em um rápido discurso e fez afagos a Arthur Lira, destacando a relação entre eles.
"Essa condecoração proposta pelo Major Vitor Hugo muito me honra, estou muito feliz. Meu amigo Lira, muito obrigado pela deferência e pela forma como se relaciona conosco", disse.
Lira discursa sem citar Bolsonaro
Na abertura da sessão, Arthur Lira fez um discurso sem referências diretas a Bolsonaro, destacando de forma geral a contribuição de todos os agraciados com a medalha e o papel da Câmara em meio à pandemia do novo coronavírus.
"[Passamos] por momentos mais desafiadores, circunstâncias fizeram enfrentar uma tempestade perfeita, com pandemia, mortes, impactos pela economia, inflação e desemprego. Em meio à fúria, o parlamento permaneceu firme como farol iluminando o caminho seguro a ser seguido", disse Lira.
"Mas não trabalhamos sozinho. Para que o Legislativo pudesse dar as respostas mais certas nas horas mais incertas, a contribuição, a inspiração e o apoio dos agraciados deste ano foram fundamentais", completou.
Pelas regras da Câmara dos Deputados, Bolsonaro, por afirmar não estar vacinado contra a covid-19, deveria apresentar para entrada na Casa um teste negativo para o novo coronavírus. Até o momento, a presidência da Câmara não informou se recebeu o PCR do presidente.
Críticas de Marília Arraes
Presidindo a sessão, a segunda secretária da Mesa Diretora, a deputada Marília Arraes (PT-PE), fez um discurso com críticas a Bolsonaro. Ela citou um relatório sobre o Estado da democracia no mundo, publicado pelo Idea (Instituto internacional pela democracia e assistência eleitoral).
"Infelizmente entre os países classificados como democracia em declínio, o Brasil se destaca: foi o que mais perdeu atributos democráticos em 2020. O documento cita nominalmente o presidente da República, apontando suas ameaças a descumprir decisões do STF, tentativa de apagamento de vozes críticas, divulgação de fake news, má gestão da pandemia", disse.
"Para aqueles que não exibam as credenciais democráticas que a concessão do mérito legislativo pressupõe, nunca é tarde para começar. Fazemos sinceros votos para que a concessão dessa honraria contribua para a formação de princípios e valores que ela representa", completou.
*Com informações da Estadão Conteúdo.
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