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Ricardo Salles diz que Sergio Moro é 'comunista'

Para Salles, Moro aceitou ser ministro de Bolsonaro "sabendo que não tinha nada a ver com o governo" - José Cruz/Agência Brasil
Para Salles, Moro aceitou ser ministro de Bolsonaro "sabendo que não tinha nada a ver com o governo" Imagem: José Cruz/Agência Brasil

Do UOL, em São Paulo

24/11/2021 14h19

Ex-ministro do Meio Ambiente do governo Bolsonaro, Ricardo Salles chamou hoje o ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro (Podemos) — que deve disputar a Presidência da República no ano que vem — de "comunista". A fala de Salles ocorreu durante o programa "Morning Show", da Jovem Pan, emissora da qual ele é comentarista desde o início deste mês.

"O cara [Moro] aceitou ser político, aceitou ser ministro do Bolsonaro, sabendo que não tinha nada a ver com o governo, que ele é de esquerda, que ele é contra as armas, ele é a favor de droga. O Moro é comunista", disse Salles, sendo rebatido pelos colegas. "Vai dizer que o Moro não é de esquerda? O Moro é um tucano", continuou o ex-ministro, que deixou o cargo em junho, após ser alvo de investigações.

Moro abandonou a magistratura para assumir o Ministério da Justiça e Segurança Pública do governo Bolsonaro. Ele deixou a pasta em abril de 2020, acusando o presidente de interferência política na PF (Polícia Federal).

Ao contrário do que afirmou Salles, o ex-juiz já declarou ser contra a liberação da maconha, mas, em entrevista ao apresentador Ratinho, do SBT, em julho de 2019, afirmou ser a favor do seu uso medicinal.

Em relação às armas, Moro declarou, em maio de 2019, quando ainda era ministro, que o decreto assinado por Bolsonaro para flexibilizar as regras para compra e porte não fazia parte de uma estratégia de combate à criminalidade.

"Não tem a ver com a segurança pública. Foi uma decisão tomada pelo presidente em atendimento ao resultado das eleições", afirmou ele na ocasião.

Em julho de 2020, depois de deixar o governo, Moro fez uma autoavaliação, em entrevista à Globonews, e declarou que "talvez pudesse ter me insurgido mais" ao falar sobre o tema.

Sobre facilitar o acesso da população às armas, ele disse, na ocasião, que "concorda até determinado nível", mas avaliou que a política poderia virar um problema de segurança pública.

"Acho que flexibilizar a posse de arma em casa mais é algo aceitável, mas acima de determinado ponto você começa a gerar uma política perigosa. Esses armamentos podem ser desviados para o crime e você não tem rastreamento adequado", explicou.

Ontem, em entrevista à CNN Brasil, Moro se disse "a favor de uma economia liberal". Na visão do ex-ministro, a iniciativa privada "que busca inovação, abertura de mercados" tem um papel fundamental na sociedade. Já o estado, para ele, deve ter "um papel regulador" na economia.

O UOL procurou a assessoria de Moro a respeito das declarações do ex-ministro do Meio Ambiente. O espaço está aberto para manifestação.