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'Jamais vou exigir o passaporte de vacina', diz Bolsonaro a apoiadores

Colaboração para o UOL, em Brasília

08/12/2021 12h28

O presidente Jair Bolsonaro (PL) se colocou novamente contra o passaporte da vacinação contra a covid-19. A medida já foi adotada em vários países, tanto para incentivar a imunização quanto para frear a disseminação do coronavírus em restaurantes, bares e grandes eventos.

Em conversa hoje com apoiadores, Bolsonaro disse que "jamais" pedirá comprovação da vacina: "O Supremo [Tribunal Federal, o STF] deu poderes para governadores e prefeitos. Falo da minha linha. Não fechei nenhum botequim e jamais vou exigir o passaporte de vacina de vocês."

"Imaginem se tivesse o [Fernando] Haddad no meu lugar", falou Bolsonaro sobre o candidato do PT que disputou com ele a presidência do Brasil em 2018. "Não queiram que a gente resolva todos esses problemas. Eles [prefeitos e governadores] estão com autoridade para tal."

A fala de Bolsonaro distorce os poderes dos prefeitos e governadores que, por decisão do STF, podem pedir a interrupção da atividade econômica durante a pandemia (os chamados lockdowns) por poucas semanas para conter picos da covid-19 e aliviar a pressão sobre hospitais superlotados.

Esse foi o caso em abril de 2021, o mês mais letal da pandemia no Brasil, que acumulou cerca de 82 mil mortes pela doença apenas em abril deste ano.

O presidente diz que nunca se vacinou contra o coronavírus - pela idade, ele poderia ter tomado três doses - e já afirmou que será o último do país a se imunizar. A primeira-dama, Michelle Bolsonaro, se vacinou em setembro em uma viagem oficial do marido para os Estados Unidos.

Bolsonaro, no entanto, não seguiu os passos da esposa e se tornou piada internacional ao comparecer a um evento da ONU (Organização das Nações Unidas) sem estar imunizado contra a doença da pandemia.